sexta-feira, 18 de maio de 2012

22 de maio - MARIA DOMINGAS BRUN BARBANTINI



Bem-Aventurada Maria Domingas Brun Barbantini, Religiosa e Fundadora das Irmãs Ministras dos Enfermos de São Camilo


Sua Vida

              Maria Domingas nasceu aos 17 de janeiro de 1789, em Lucca, na Itália. Seus pais foram Pedro Brun e Joana Granucci. O seu pai era Capitão da Guarda Suíça, na cidade de Lucca. A infância de Maria Domingas foi serena. Desde cedo mostrou-se muito inteligente, firmeza de caráter, decidida, inclinada à oração e às obras de misericórdia, muito sensível às pessoas doentes.
            Aos 18 anos, Maria Domingas deixou-se conquistar por um belo jovem, Salvador Barbantini. Ela e ele casaram-se na catedral de Lucca, no dia 22 de abril de 1811, abençoados pelo tio de Maria Domingas, Padre Miguel Granucci. No mês de setembro, do mesmo ano, durante uma festa, Salvador sofreu um ataque cardíaco fulminante, morrendo ali mesmo, sem conhecer o filho que Maria Domingas carregava no seu ventre.
            Em fevereiro de 1812, nascia-lhe o filho, Lourenço. Todo carinho e estima foi dado àquela criança. Sua mãe, Maria Domingas, ia educando o tesou que o céu lhe dera. Quando lhe parecia tudo bem, sobreveio uma segunda prova dolorosa: Maria Domingas perde seu filho. Lourenço morreu com oito anos de idade, no dia 29 de junho de 1820. A sua enfermidade durou pouco menos de 42 horas, as quais sua mãe passou ao seu lado.
            Nestes dois momentos de grandes perdas, do seu marido e seu filho, Maria Domingas foi uma mulher de muita fibra e vigor. Sua força estava no Senhor. Sempre depositou sua vida inteira sob a vontade divina. Ela pode ser comparada com pessoas como Teresa de Jesus e Joana Francisca de Chantal, pois foram mulheres provadas no sofrimento.
            Desde mocinha, Maria Domingas foi orientada espiritualmente por um Padre de nome André del Prete. Foi ele quem estimulou e animou Maria Domingas nas horas difíceis de sua vida, especialmente, nas perdas. Encorajou-a na prática das obras de misericórdia. Na cidade de Lucca, em 1824, chegaram as Irmãs Visitandinas (da Visitação), para fixar morada naquele lugar. Maria Domingas as assistiu bem de perto, estava na cerimônia de boas-vindas e fez grandes doações e ajuda para as Irmãs da Visitação.
            Ainda, quando vivia seu filho, Maria Domingas foi líder de uma associação caritativa, a qual assistia os enfermos em casa. Contava com ajuda de outras senhoras. A associação chamava-se Pia União da Caridade, sob a proteção de Nossa Senhora das Dores e São Camilo de Lellis.
            Após certo tempo de dedicação aos enfermos, de oração e consultas a alguns conselheiros, Maria Domingas decide fundar uma Congregação que se dedicasse exclusivamente à assistência dos enfermos. Bem sabia ela que para dar vida a uma Congregação era preciso de pessoas que se identificassem com o serviço. Na ocasião, recordou de duas senhoras: Ana Gini e Catarina Signori, ambas foram membros da Associação da Caridade.
            Uma vez unidas, no dia 2 de fevereiro de 1829, dia da conversão de São Camilo, foi dado início a obra caritativa de Maria Domingas, inicialmente com o nome de Pia União das Irmãs Oblatas Enfermeiras de Maria Santíssima e de São Camilo de Lellis. Obra tal nascia da paixão pelos doentes, pobres e abandonados.
            Sempre muito dedicada e perspicaz, Maria Domingas, reuniu em sua casa as companheiras para organizar as diretrizes da Congregação que emergia. Chegaram a formulação das primeiras Constituições. Essas foram levadas pelo clero de Lucca. Depois foram encaminhadas à apreciação do Arcebispo, Dom João Domingo Stefanelli, o qual, depois de um aguçado exame, no dia 5 de agosto de 1814 aprovou-as.
            As Irmãs precedidas pela Fundadora, Maria Domingas, emitiram seus primeiros votos em 15 de agosto, Festa da Assunção de Nossa Senhora. O Hábito religioso só foi introduzido 14 anos mais tarde, por volta de 1855. Nesta época a Congregação já era conhecida como Congregação Religiosa das Irmãs Ministras dos Enfermos de São Camilo de Lellis.
            É interessante notar que antes de Maria Domingas Brun Barbantini retirar-se por terra fez muitas boas obras. Além de ajudar na fundação das Irmãs da Visitação, em Luca, também ajudou outras fundações, como: das Irmãs Dorotéias (as primeiras religiosas a chegar ao Brasil e em Portugal entre janeiro e junho de 1866), como também a Obra da Doutrina Cristã. Mas a Congregação do coração dela era a qual se considerava a Fundadora, as Irmãs Ministras dos Enfermos de São Camilo.
            No ano de 1860, o vigor de Maria Domingas vai-se esmorecendo, porém não cessa seu trabalho. Oito anos mais tarde, no dia 19 de maio, após a missa, na vila de Mammoli, sentiu-se muito fraca. Por recomendação médica, foi levada às pressas para Luca, onde haveria melhores recursos. Não havia mais nada a fazer. Era chegada a hora da sua partida. No dia 21 recebeu o Santo Viático. No outro dia depois de algumas palavras e recomendações às suas Irmãs e companheiras, Maria Domingas faleceu, era dia 22 de maio de 1868.
            A Fundadora das Irmãs Ministras dos Enfermos, Maria Domingas Brun Barbantini, foi beatificada no dia 7 de maio de 1995, por sua Santidade o Papa João Paulo II, na Praça São Pedro. Atualmente encontram-se espalhadas em várias cidades da Itália, como também noutros países: Albânia, Brasil, Chile, Filipinas, Haiti, Quênia, Taiwan e Tailândia.
Cabem-nos ainda, duas últimas informações. A primeira: Aqui no Brasil as Irmãs Ministras dos Enfermos chegaram em 1949, apostaram em Salvador-BA, onde assumiram os serviços do Hospital Juliano Moreira (lugar onde viveu Castro Alves). A segunda: Maria Domingas decide dedicar o nome da Congregação a São Camilo, além de todo o serviço que vinha desenvolvendo, mas deve-se também a um encontro que teve com o Padre Antonio Scalabrini, camiliano (1774-1864), em Lucca, no ano de 1828.

ORAÇÃO: Ó Bem-Aventurada Maria Domingas, que foste esposa, mãe, viúva e religiosa, nós recorremos a ti. Tu que és consoladora dos aflitos, mãe dos enfermos, roga pelos doentes e por todos os que sofrem. Tu que experimentaste alegrias, dores e perdas em teu próprio lar e, como Maria das Dores, te mantiveste firme, entendendo o amor nas entrelinhas da dor, roga por nossas famílias. Sê nossa mediadora junto à Santíssima Trindade, concedendo-nos a graça que necessitamos [...] Ajuda-nos a acolher na fé o que não conseguimos compreender. Dá-nos cultivar o espírito de entrega e de confiança Naquele que tudo pode. Amém. Bem-Aventurada Maria Domingas, rogai por nós!

[Pe. Gilmar Antônio Aguiar, M.I.]

SAV - Equipe

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