quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Poema de Natal

É Natal... Natal é...



É Natal mais uma vez.
Natal é perguntar o que se fez.
Abracemos o novo, pois, o velho se desfez.
Nova vida brota de humilde pequenez.

Aos nossos ouvidos soam os sinos a tilintar.
É o anúncio do Natal que vai chegar.
Sinal dos céus que a terra vai tocar.
Abrem-se as portas para que o rei possa entrar.

Quem o receber de júbilo exultará.
É Jesus que novamente entre nós ficará.
“Vem, Senhor Jesus, vem nos salvar”.
Nossa vida toda inteira resignificar.

Natal é tempo cronos para recomeçar.
Ter coragem das arestas aparar.
É Natal para quem aprendeu a perdoar.
Natal é ver uma nova luz despontar.

A noite guarda segredos milenar.
Ó noite feliz, o que devemos esperar?
No teu silêncio queremos o Salvador contemplar.
Para que possamos com ele nos encontrar.

Natal é tempo kairós para experimentar.
O divino pervade o que humano e mostra o que é amar.
Na imanência a transcendência tem seu lugar.
A terra se liga ao céu por graça salutar.

Chegou o Natal das gentes, do povo contente.
Natal é ver os corações fervorosos e ardentes.
A esperança nos vem do Sol nascente.
Os povos dão as mãos para socorrer os doentes.

Ó Jesus Menino, Deus tão pequenino.
Vem a nós com ternura e carinho.
Não traz guerra, mas, da paz ensina o caminho.
De mansidão revestido desde menino.

Mãe igual a sua jamais o mundo verá.
Ofereceu a si mesma para o Espírito habitar.
De tão terna e boa por ela os anjos se encantará.
Rainha do céu e da terra é invocada sem cessar.

É Natal em Belém e aqui também.
Natal é querer bem e olhar além.
É Natal de dia e de noite feliz.
E escutar uma voz que nos diz:
Feliz Natal!


[Pe. Gilmar Antônio Aguiar, M.I.]

SAV - Equipe

Solenidade do Natal do Senhor - Homilia do Papa Francisco

Papa diz que "é grande a necessidade que o mundo tem de ternura"

Ao presidir a missa da vigília de Natal, na noite desta quarta-feira, 24 de dezembro, na Basílica de S. Pedro, o papa Francisco disse que "é grande a necessidade que o mundo tem de ternura". 
Leia, na íntegra, a homilia do papa.


Solenidade do Natal do Senhor

Homilia do Papa Francisco

Basílica Vaticana

Quarta-feira, 24 de Dezembro de 2014


«O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; habitavam numa terra de sombras, mas uma luz brilhou sobre eles» (Is 9, 1). «Um anjo do Senhor apareceu [aos pastores], e a glória do Senhor refulgiu em volta deles» (Lc 2, 9). É assim que a Liturgia desta santa noite de Natal nos apresenta o nascimento do Salvador: como luz que penetra e dissolve a mais densa escuridão. A presença do Senhor no meio do seu povo cancela o peso da derrota e a tristeza da escravidão e restabelece o júbilo e a alegria.

Também nós, nesta noite abençoada, viemos à casa de Deus atravessando as trevas que envolvem a terra, mas guiados pela chama da fé que ilumina os nossos passos e animados pela esperança de encontrar a «grande luz». Abrindo o nosso coração, temos, também nós, a possibilidade de contemplar o milagre daquele menino-sol que, surgindo do alto, ilumina o horizonte.

A origem das trevas que envolvem o mundo perde-se na noite dos tempos. Pensemos no obscuro momento em que foi cometido o primeiro crime da humanidade, quando a mão de Caim, cego pela inveja, feriu de morte o irmão Abel (cf. Gn 4, 8). Assim, o curso dos séculos tem sido marcado por violências, guerras, ódio, prepotência. Mas Deus, que havia posto suas expectativas no homem feito à sua imagem e semelhança, esperava. Deus esperava. O tempo de espera fez-se tão longo que a certo momento, quiçá, deveria renunciar; mas Ele não podia renunciar, não podia negar-Se a Si mesmo (cf. 2 Tm 2, 13). Por isso, continuou a esperar pacientemente face à corrupção de homens e povos. A paciência de Deus... Como é difícil compreender isto: a paciência de Deus para conosco!

Ao longo do caminho da história, a luz que rasga a escuridão revela-nos que Deus é Pai e que a sua paciente fidelidade é mais forte do que as trevas e do que a corrupção. Nisto consiste o anúncio da noite de Natal. Deus não conhece a explosão de ira nem a impaciência; permanece lá, como o pai da parábola do filho pródigo, à espera de vislumbrar ao longe o regresso do filho perdido; e todos os dias, com paciência. A paciência de Deus!

A profecia de Isaías anuncia a aurora de uma luz imensa que rasga a escuridão. Ela nasce em Belém e é acolhida pelas mãos amorosas de Maria, pelo afeto de José, pela maravilha dos pastores. Quando os anjos anunciaram aos pastores o nascimento do Redentor, fizeram-no com estas palavras: «Isto vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura» (Lc 2, 12). O «sinal» é precisamente a humildade de Deus, a humildade de Deus levada ao extremo; é o amor com que Ele, naquela noite, assumiu a nossa fragilidade, o nosso sofrimento, as nossas angústias, os nossos desejos e as nossas limitações. A mensagem que todos esperavam, que todos procuravam nas profundezas da própria alma, mais não era que a ternura de Deus: Deus que nos fixa com olhos cheios de afeto, que aceita a nossa miséria, Deus enamorado da nossa pequenez.

Nesta noite santa, ao mesmo tempo que contemplamos o Menino Jesus recém-nascido e reclinado numa manjedoura, somos convidados a refletir. Como acolhemos a ternura de Deus? Deixo-me alcançar por Ele, deixo-me abraçar, ou impeço-Lhe de aproximar-Se? «Oh não, eu procuro o Senhor!» – poderíamos replicar. Porém a coisa mais importante não é procurá-Lo, mas deixar que seja Ele a procurar-me, a encontrar-me e a cobrir-me amorosamente das suas carícias. Esta é a pergunta que o Menino nos coloca com a sua mera presença: permito a Deus que me queira bem?

E ainda: temos a coragem de acolher, com ternura, as situações difíceis e os problemas de quem vive ao nosso lado, ou preferimos as soluções impessoais, talvez eficientes mas desprovidas do calor do Evangelho? Quão grande é a necessidade que o mundo tem hoje de ternura! Paciência de Deus, proximidade de Deus, ternura de Deus.

A resposta do cristão não pode ser diferente da que Deus dá à nossa pequenez. A vida deve ser enfrentada com bondade, com mansidão. Quando nos damos conta de que Deus Se enamorou da nossa pequenez, de que Ele mesmo Se faz pequeno para melhor nos encontrar, não podemos deixar de Lhe abrir o nosso coração pedindo-Lhe: «Senhor, ajudai-me a ser como Vós, concedei-me a graça da ternura nas circunstâncias mais duras da vida, dai-me a graça de me aproximar ao ver qualquer necessidade, a graça da mansidão em qualquer conflito».

Queridos irmãos e irmãs, nesta noite santa, contemplamos o presépio: nele, «o povo que andava nas trevas viu uma grande luz» (Is 9, 1). Viram-na as pessoas simples, as pessoas dispostas a acolher o dom de Deus. Pelo contrário, não a viram os arrogantes, os soberbos, aqueles que estabelecem as leis segundo os próprios critérios pessoais, aqueles que assumem atitudes de fechamento. Contemplemos o presépio e façamos este pedido à Virgem Mãe: «Ó Maria, mostrai-nos Jesus!»

Fonte: Site oficial da CNBB

SAV - Equipe

NATAL, A CELEBRAÇÃO DA VIDA



É Natal, a Celebração da Vida Nova 

Ao fim de cada ano festejamos o Natal. Natal quer dizer nascer, nascimento está ligado à vida. É a vida de Deus, feito homem nascido de uma mulher no meio de nós. Os anjos anunciaram a chegada de um grande rei, o filho de Deus “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens por ele amados”, “Hoje uma luz brilhou para nós, hoje nasceu nosso rei, o Senhor”.

No Natal, voltamos o nosso olhar e o nosso coração para o mistério de nossa salvação, que é marcada significativamente pela encarnação da Palavra de Deus (cf. Jo 1, 14). Diante do mistério da Encarnação, os céus e a terra se alegram, pois nasceu o Messias, nosso Redentor. Ele assumiu nossa humanidade, revestido da fragilidade da criança, revelando-nos Deus Pai, que é Amor.

Impelidos pelo amor de Deus e porque é Natal, a esperança se torna motivo para celebramos a vida nova. Somos convidados a renovar nossas atitudes com gestos de solidariedade e paz. O empenho para nos aproximar das pessoas pequenas, humildes, pobres, marginalizadas, excluídas, doentes, idosas têm seu fundamento no nascimento de Jesus. 

Jesus se fez um de nós. Celebrar o mistério da Encarnação é expressar que Deus nos ama infinitamente. Natal é o momento de esperar, acreditar e celebrar o amor intenso e infinito ao ponto de gerar vida nova em nossos corações. Desse modo, somos convocados por Deus a vocacionalizar a vida, isto é, propagá-la e defendê-la. Esta é a nossa missão de cristãos, de batizados, de caminhantes a caminho. "Se caminhar é preciso, caminharemos unidos..."

Assim como Deus chamou Maria, os profetas, os apóstolos e tantos outros, chama a todos a anunciar o evangelho da vida, da caridade, do direito, da justiça e do amor. Sintamo-nos chamados à construção de uma nova sociedade baseada nos valores do Reino de Deus. 
Feliz Natal e Feliz Ano Novo, são palavras conhecidas que desejamos repetir com um novo sentido, fazendo votos que se tornem, para todos, luz e realidade e que a Graça recebida neste Natal nos impulsione a viver o Novo Ano alegres e contentes, com saúde e paz, para que possamos trabalhar com entusiasmo na Messe do Senhor, animando os jovens no seguimento de Cristo. 

Um fraterno abraço, com os melhores votos de um FELIZ E SANTO NATAL e que o ANO NOVO seja repleto de realizações! 

SAV - Equipe

DISCURSO DO SANTO PADRE FRANCISCO



"Como todo corpo, a Igreja também está exposta às enfermidades", diz papa Francisco

“A Cúria é sempre chamada a melhorar e crescer em comunhão, santidade e sabedoria para realizar plenamente sua missão”, disse o papa Francisco durante o encontro anual para as felicitações de Natal com os membros dos dicastérios, conselhos, escritórios, tribunais e comissões do Vaticano, ocorrido na segunda-feira, dia 22. Na ocasião, o bispo de Roma afirmou que, “como todo corpo, a Igreja também está exposta às enfermidades” e convidou os presentes a realizarem um exame de consciência ao citar as 15 doenças mais frequentes na vida da cúria.

Francisco citou doenças como “sentir-se imortal, imune e inclusive indispensável”, “endurecimento mental e espiritual”, “o Alzheimer espiritual” e “a rivalidade e a vanglória”. Para ele, as doenças e tentações que elencou são “naturalmente um perigo para todo cristão e para toda cúria, comunidade, congregação, paróquia, movimento eclesial e podem atingir quer em nível individual quer comunitário”.

O pontífice reiterou que é necessário esclarecer que só o Espírito Santo pode curar todas as enfermidades. “É o Espírito Santo que sustenta todo esforço sincero de purificação e toda boa vontade de conversão. É Ele que nos faz compreender que todo membro participa da santificação do corpo ou do seu enfraquecimento”, disse.

Ao citar uma frase que havia lido, a qual conta que “os sacerdotes são como aviões: só são notícia quando caem, mas há tantos que voam”, Francisco lembrou que “muitos criticam e poucos rezam por eles” e ressaltou a “importância e delicadeza” do serviço sacerdotal e o mal causado ao corpo da Igreja por um padre que “cai”. Para que isso não aconteça, sugeriu a preparação à Confissão, pedindo à Virgem Maria “que cure as feridas do pecado que cada um de nós tem no seu coração e que ampare a Igreja e a Cúria a fim de que sejam sadias e saneadoras; santas e santificadoras para a glória do seu Filho e para a nossa salvação e do mundo inteiro”.

Leia o discurso na íntegra, traduzido pela Rádio Vaticano: 

DISCURSO DO SANTO PADRE FRANCISCO

 Sala Clementina

Segunda, 22 de dezembro de 2014

Amados irmãos,

Ao final do Advento, encontramo-nos para as tradicionais saudações. Dentro de alguns dias teremos a alegria de celebrar o Natal do Senhor; o evento de Deus que se faz homem para salvar os homens; a manifestação do amor de Deus que não se limita a dar-nos algo ou a enviar-nos uma mensagem ou alguns mensageiros, doa-se-nos a si mesmo; o mistério de Deus que toma sobre si a nossa condição humana e os nossos pecados para revelar-nos a sua Vida divina, a sua graça imensa e o seu perdão gratuito. É o encontro com Deus que nasce na pobreza da gruta de Belém para ensinar-nos a potência da humildade. Na realidade, o Natal è também a festa da  luz que não é acolhida pala gente “eleita”, mas pela gente pobre e simples que esperava a salvação do Senhor.

Em primeiro lugar, gostaria de desejar a todos vós – cooperadores, irmãos e irmãs, Representantes pontifícios disseminados pelo mundo – e a todos os vossos entes queridos um santo Natal e um feliz Ano Novo. Desejo agradecer-vos cordialmente, pelo vosso compromisso quotidiano a serviço da Santa Sé, da Igreja Católica, das Igrejas particulares e do Sucessor de Pedro.

Como somos pessoas e não números ou somente denominações, lembro de maneira especial os que, durante este ano, terminaram o seu serviço por terem chegado ao limite de idade ou por terem assumido outras funções ou ainda porque foram chamados à Casa do Pai. Também a todos eles e a seus familiares dirijo o meu pensamento e gratidão.

Desejo juntamente convosco erguer ao Senhor vivo e sentido agradecimento pelo ano que está a nos deixar, pelos acontecimentos vividos e por todo o bem que Ele quis generosamente realizar mediante o serviço da Santa Sé, pedindo-lhe humildemente perdão pelas faltas cometidas “por pensamentos, palavras, obras e omissões”

E partindo precisamente deste pedido de perdão, desejaria que este nosso encontro e as reflexões que partilharei convosco se tornassem, para todos nós, apoio e estímulo a um verdadeiro exame de consciência a fim de preparar o nosso coração ao Santo Natal.

Pensando neste nosso encontro veio-me à mente a imagem da Igreja como Corpo místico de Jesus Cristo. É uma expressão que, como explicou o Papa Pio XII “brota e como que germina do que é frequentemente exposto na Sagrada Escritura e nos Santos Padres”. A este respeito, São Paulo escreveu: “Porque, como o corpo è um todo tendo muitos membros e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo” (1 Cor 12,12).

Neste sentido, o Concílio Vaticano II lembra-nos que “na edificação do Corpo de Cristo há diversidade de membros e de funções. Um só è o Espírito que, para utilidade da Igreja, distribui seus vários dons segundo suas riquezas e as necessidades dos ministérios (cf. 1 Cor 12,1-11)”. Por isto “Cristo e a Igreja formam o «Cristo total» - Christus totus -. A Igreja é una com Cristo».

È belo pensar na Cúria Romana como sendo um pequeno modelo da Igreja, ou seja, um “corpo” que procura séria e cotidianamente ser mais vivo, mais sadio, mais harmonioso e mais unido em si mesmo e com Cristo.

Na realidade, a Cúria Romana è um corpo complexo, composto de muitos Dicastérios, Conselhos, Departamentos, Tribunais, Comissões e de numerosos elementos que não têm todos a mesma tarefa, mas são coordenados para um funcionamento eficaz, edificante, disciplinado e exemplar, não obstante as diversidades culturais, linguísticas e nacionais dos seus membros.

Em todo o caso, sendo a Cúria um corpo dinâmico, ela não pode viver sem alimentar-se e sem cuidar de si. De fato, a Cúria – como a Igreja – não pode viver sem ter uma ralação vital, pessoal, autêntica e sólida com Cristo. Um membro da Cúria que não se alimenta cotidianamente com aquele Alimento tornar-se-á um burocrata (um formalista, um funcionalista, um mero empregado): um ramo que seca e pouco a pouco morre e é lançado fora. A oração diária, a participação assídua nos Sacramentos, de modo especial, da Eucaristia e da reconciliação, o contato cotidiano com a palavra de Deus e a espiritualidade traduzida em caridade vivida são o alimento vital para cada um de nós. Que todos nós tenhamos bem claro que sem Ele nada poderemos fazer(cf Jo 15, 8).

Consequentemente, a relação viva com Deus alimenta e fortalece também a comunhão com os outros, ou seja, quanto mais estivermos intimamente unidos a Deus tanto mais estaremos unidos entre nós porque o Espírito de Deus une e o espírito do maligno divide.

A Cúria está chamada a melhorar-se, a melhorar-se sempre e a crescer em comunhão, santidade e sabedoria a fim de realizar plenamente a sua missão. No entanto, ela, como todo corpo, como todo corpo humano, está exposta também às doenças, ao mau funcionamento, à enfermidade. E aqui gostaria de mencionar algumas destas prováveis doenças, doenças curiais. São doenças mais costumeiras na nossa vida de Cúria. São doenças e tentações que enfraquecem o nosso serviço ao Senhor. Penso que nos ajudará o “catálogo” das doenças – nas pegadas dos Padres do deserto, que faziam aqueles catálogos – dos quais falamos hoje: ajudar-nos-á na nossa preparação ao Sacramento da Reconciliação, que será um passo importante de todos nós em preparação do Natal.

1. A doença do sentir-se “imortal”, “imune” ou até mesmo “indispensável” transcurando os controles necessários e habituais. Uma Cúria que não faz autocrítica, que não se atualiza, que não procura melhorar é um corpo enfermo. Uma visita ordinária aos cemitérios poderia ajudar-nos a ver os nomes de tantas pessoas, algumas das quais pensassem talvez que eram imortais, imunes e indispensáveis! É a doença do rico insensato do Evangelho que pensava viver eternamente (cf Lc 12, 13-21) e também daqueles que se transformam em senhores e se sentem superiores a todos e não a serviço de todos. Esta doença deriva muitas vezes da patologia do poder, do “complexo dos Eleitos”, do narcisismo que fixa apaixonadamente a sua imagem e não vê a imagem de Deus impressa na face dos outros, principalmente dos mais fracos e necessitados. O antídoto para esta epidemia è a graça de nos sentirmos pecadores e de dizer com todo o coração «Somos servos inúteis. Fizemos o que devíamos fazer» (Lc 17, 10).

2. Outra doença:  doença do “martalismo” (que vem de Marta), da excessiva operosidade: ou seja, daqueles que mergulham no trabalho, descuidando, inevitavelmente, “a melhor parte”: sentar-se aos pés de Jesus (cf Lc 10,38-42). Por isto Jesus chamou os seus discípulos a “descansar um pouco’” (cf Mc 6,31) porque descuidar do descanso necessário leva ao estresse e à agitação. O tempo do descanso, para quem levou a termo a sua missão, è necessário, obrigatório e deve ser lavado a sério: no passar um pouco de tempo com os familiares e no respeitar as férias como momentos de recarga espiritual e física; é necessário aprender o que ensina o Coélet que «para tudo há um tempo» (3,1-15).

3. Há ainda a doença do “empedernimento” mental e spiritual, ou seja, daqueles que possuem um coração de pedra e são de “dura cerviz” (At 7,51-60); daqueles que, com o passar do tempo, perdem a serenidade interior, a vivacidade a audácia e escondem-se atrás das folhas de papel, tornando-se “máquinas de práticas” e não “homens de Deus” (cf Hb 3,12). É perigoso perder a sensibilidade humana necessária que nos faz chorar com os que choram e alegrar-se com os que se alegram! É a doença dos que perdem “os sentimentos de Jesus ” (cf Fl 2,5-11) porque o seu coração, com o passar do tempo, endurece e torna-se incapaz de amar incondicionalmente ao Pai e o próximo (cf Mt 22,34-40). Ser cristão, com efeito, significa ter os mesmos sentimentos de Jesus Cristo» (Fl 2,5), sentimentos de humildade e de doação, de desapego e de generosidade.

4. A doença do planejamento excessivo e do funcionalismo. Quando o apóstolo planeja tudo minuciosamente e pensa que, fazendo um perfeito planejamento, as coisas efetivamente progridem, tornando-se, assim, um contador ou um comercialista. Preparar tudo bem è necessário, mas sem jamais cair na tentação de querer encerrar e pilotar a liberdade do Espírito Santo, que é sempre maior, mais generosa do que todo planejamento humano (cf Jo 3,8). Cai-se nesta doença porque  «é sempre mais fácil e cômodo adaptar-se às suas posições estáticas e imutadas. Na realidade, a Igreja mostra-se fiel ao Espírito Santo na medida em que não tem a pretensão de regulamentá-lo e de domesticá-lo… - domesticar o Espírito Santo! - … Ele è frescor, fantasia, novidade».

5. A doença da má coordenação. Quando os membros perdem a comunhão entre si e o corpo perde a sua funcionalidade harmoniosa e a sua temperança, tornando-se uma orquestra que produz barulho, porque os seus membros não cooperam e não vivem o espírito de comunhão e de equipe. Quando o pé diz ao braço: “não preciso de ti”, ou a mão à cabeça: “quem manda sou eu”, causando, assim, mal-estar ou escândalo.

6. Há também a doença do “alzheimer espiritual”: ou seja, o esquecimento da “história da salvação”, da história pessoal com o Senhor, do «primeiro amor» (Ap 2,4). Trata-se de uma perda progressiva das faculdades espirituais que num intervalo mais ou menos longo de tempo causa graves deficiências à pessoa, tornando-a incapaz de exercer algumas atividades autônomas, vivendo num estado de absolta dependência das suas visões, tantas vezes imaginárias. É o que vemos naqueles que perderam a memória do seu encontro com o Senhor; naqueles que não têm o sentido deuteronômico da vida; naqueles que dependem completamente do seu presente, das suas paixões, caprichos e manias; naqueles que constroem em torno de si barreiras e hábitos, tornando-se, sempre mais escravos dos ídolos que esculpiram com suas próprias mãos.

7. A doença da rivalidade e da vanglória. Quando a aparência, as cores das vestes e as insígnias de honra se tornam o objetivo primordial da vida, esquecendo as palavras de São Paulo: «Nada façais por espírito de partido ou vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos. Cada qual tenha em vista não os seus próprios interesses , e sim os dos outros» (Fl 2,1-4). É a doença que nos leva a ser homens e mulheres falsos, e a vivermos um falso “misticismo” e um falso “quietismo”. O mesmo São Paulo os define «inimigos da Cruz de Cristo» porque se envaidecem da própria ignomínia e só têm prazer no que é terreno» (Fl 3,19).

8. A doença da esquizofrenia existencial. É a doença dos que vivem uma vida dupla, fruto da hipocrisia típica do medíocre e do vazio espiritual progressivo que formaturas ou títulos acadêmicos não podem preencher. Uma doença que atinge frequentemente aquele que, abandonando o serviço pastoral, se limitam aos afazeres burocráticos, perdendo, assim, o contato com a realidade, com as pessoas concretas. Criam, assim, um seu mundo paralelo, onde colocam à parte tudo o que ensinam severamente aos outros e começam a viver uma vida oculta e muitas vezes dissoluta. A conversão è por demais urgente e indispensável para esta gravíssima doença (cf Lc 15,11-32).

9. A doença das fofocas, das murmurações e do mexerico. Já falei muitas vezes desta doença, mas nunca è suficiente. É uma doença grave, que começa simplesmente, quem sabe, para trocar duas palavras e se apodera da pessoa, transformando-a em  “semeadora de cizânia” (como satanás), e em tantos casos “homicida a sangue frio” da fama dos seus colegas e confrades. É a doença das pessoas velhacas que, não tendo a coragem de falar diretamente, falam pelas costas. São Paulo nos adverte: «Fazei todas as coisas sem murmurações nem críticas a fim de serdes irrepreensíveis e inocentes» (Fl 2,14-18). Irmãos, guardemo-nos do terrorismo das maledicências!

10. A doença de divinizar os chefes: é a dos que cortejam os Superiores, esperando obter a benevolência deles. São vítimas do carreirismo e do oportunismo, honrando as pessoas e não a Deus (cf Mt 23,8-12). São pessoas que vivem o serviço, pensando exclusivamente no que devem obter e não no que devem dar. Pessoas mesquinhas, infelizes e inspiradas só pelo seu próprio egoísmo (cf Gal 5,16-25). Esta doença  poderia atingir também os Superiores, quando cortejam alguns seus colaboradores para obter a sua submissão, lealdade e dependência psicológica, mas o resultado final é uma verdadeira cumplicidade.

11. A doença da indiferença para com os outros. Quando alguém pensa somente em si mesmo e perde a sinceridade e o calor das relações humanas. Quando o mais experto não coloca o seu conhecimento a serviço dos colegas menos expertos. Quando se chega ao conhecimento de algo e o esconde para si, ao invés de compartilhar positivamente com os outros. Quando, por ciúme ou por astúcia, se sente alegria ao ver o outro cair, ao invés de erguê-lo e encorajá-lo.

12. A doença da cara funérea. Quer dizer, das pessoas grosseiras e sisudas que pensam que, para ser sérias, é necessário assumir as feições de melancolia, de severidade e tratar os outros – principalmente os que consideram inferiores – com rigidez, dureza e arrogância. Na realidade, a severidade teatral e o pessimismo estéril são muitas vezes sintomas de medo e de insegurança. O apóstolo deve esforçar-se por ser uma pessoa amável, serena e alegre que transmite alegria por toda parte onde quer se encontre. Um coração repleto de Deus è um coração feliz que irradia e contagia de alegria todos os que estão à sua volta: é o que se vê imediatamente! Não percamos, portanto, aquele espírito jovial, cheio de humor, e até autoirônico, que nos torna pessoas amáveis, mesmo nas situações difíceis. Quanto bem nos faz uma boa dose de sadio humorismo! Far-nos-á muito bem recitar muitas vezes a oração de São Tomás Moro: rezo-a todos os dias; me faz bem.

13. A doença de acumular: quando o apóstolo procura preencher um vazio existencial no seu coração, acumulando bens materiais, não por necessidade, mas só para sentir-se seguro. Na realidade, nada de material poderemos levar conosco, porque “a mortalha não tem bolsos” e todos os nossos tesouros terrenos – mesmo que sejam  presentes – jamais poderão preencher aquele vazio; pelo contrário, torná-lo-ão cada vez mais exigente e mais profundo. A estas pessoas o Senhor repete: «Dizes: sou rico, faço bons negócios, de nada necessito – e não sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu ... Reanima, pois, o teu zelo e arrepende-te» (Ap 3,17-19). A acumulação só pesa e freia inexoravelmente o caminho! E penso numa anedota: um tempo, os jesuítas espanhóis descreviam que a Companhia de Jesus era como a “cavalaria leve da Igreja”. Lembro-me da mudança de um jovem jesuíta que, enquanto carregava num caminhão os seus muitos bens: bagagens, livros, objetos e presentes, ouvi um velho jesuíta, que estava a observá-lo, dizer com um sorriso sábio: e esta seria a “cavalaria leve da Igreja?”. As nossas mudanças são um sinal desta doença.

14. A doença dos círculos fechados onde a pertença ao grupinho se torna mais forte do que a pertença ao Corpo, e, em algumas situações, ao próprio Cristo. Também esta doença começa sempre de boas intenções, mas com o passar do tempo, escraviza os membros, tornando-se um câncer que ameaça a harmonia do Corpo e causa tanto mal – escândalos – especialmente aos nossos irmãos menores. A autodestruição ou o “tiro amigo” dos camaradas é o perigo mais sorrateiro. É o mal que atinge a partir de dentro; e, como diz Cristo, «todo o reino dividido contra si mesmo será destruído» (Lc 11,17).

15. E a última: a doença do proveito mundano, dos exibicionismos, quando o apóstolo transforma o seu serviço em poder e o seu poder em mercadoria para obter dividendos humanos ou mais poder; é a doença das pessoas que procuram insaciavelmente multiplicar poderes e, com esta finalidade, são capazes de caluniar, de difamar e de desacreditar os outros, até mesmo nos jornais e nas revistas. Naturalmente para se exibirem e se demonstrarem mais capazes do que os outros. Também esta doença faz muito mal al Corpo porque leva as pessoas a justificar o uso de todo meio, contanto que atinja o seu objetivo, muitas vezes em nome da justiça e da transparência! E vem-me aqui à mente a lembrança de um sacerdote que chamava os jornalistas para lhes contar – e inventar – coisas privadas e reservadas dos seus confrades e paroquianos. Para ele a única coisa importante era ver-se nas primeiras páginas, porque assim se sentia “potente e convincente”, causando tanto mal aos outros e à Igreja. Pobrezinho!

Irmãos, estas doenças e tais tentações são naturalmente um perigo para todo cristão e para toda cúria, comunidade, congregação, paróquia, movimento eclesial  e podem atingir quer em nível individual quer comunitário.

È necessário esclarecer que só o Espírito Santo  - a alma do Corpo Místico de Cristo, como afirma o Credo Niceno-Costantinopolitano: «Creio... no Espírito Santo, Senhor e e vivificador» - pode curar todas as enfermidades. É o Espírito Santo que sustenta todo esforço sincero de purificação e toda boa vontade de conversão. É Ele que nos faz compreender que todo membro participa da santificação do corpo ou do seu enfraquecimento. É Ele o promotor da harmonia: “Ipse harmonia est”, diz São Basílio. Santo Agostinho diz-nos: «Enquanto uma parte aderir ao corpo, a sua cura não è desesperada; mas o que foi cortado não pode nem curar-se nem sarar».

O restabelecimento è também fruto da consciência da doença e da decisão pessoal e comunitária de tratar-se, suportando pacientemente e com perseverança a terapia.

Somos chamados, portanto – neste tempo de Natal e por todo o tempo do nosso serviço e da nossa existência - a viver «pela prática sincera da caridade , crescendo em todos os sentidos, naquele que é a Cabeça, Cristo. È por Ele que todo o corpo – coordenado e unido por conexões que estão ao seu dispor, trabalhando cada um conforme a atividade que lhe è própria – efetua esse crescimento , visando à sua plena edificação na caridade » (Ef 4,15-16).

Amados irmãos!

Certa vez li que os sacerdotes são como aviões: só fazem notícia quando caem, mas há tantos que voam. Muitos criticam e poucos rezam por eles. É uma frase muito simpática, mas também muito verdadeira, porque delineia a importância e a delicadeza do nosso serviço sacerdotal e quanto mal poderia causar um só sacerdote que “cai”, a todo o corpo da Igreja.

Portanto, para não cair nestes dias em que nos preparamos à Confissão, peçamos à Virgem Maria, Mãe de Deus e Mãe da Igreja, que cure as feridas do pecado que cada um de nós tem no seu coração e que ampare a Igreja e a Cúria a fim de que sejam sadias e saneadoras; santas e santificadoras  para a glória do seu Filho e para a nossa salvação e do mundo inteiro. Peçamos a Ela que nos faça amar a Igreja como a amou Cristo, seu Filho e nosso Senhor, e que tenhamos a coragem de nos reconhecermos pecadores e necessitados da sua misericórdia e que não tenhamos medo de abandonar a nossa mão entre as suas mãos maternais.

Os melhores votos de um santo Natal a todos vós, às vossas famílias e aos vossos colaboradores. E, por favor, não vos esqueçais de razar por mim! Obrigado de coração!

(Tradução livre de João da Ponte Lopes)

Fonte: site oficial da CNBB

SAV - Equipe

domingo, 21 de dezembro de 2014

4º Domingo do Advento



4º Domingo do Advento - Ano B (semana IV do saltério)

A liturgia deste último Domingo do Advento refere-se repetidamente ao projeto de vida plena e de salvação definitiva que Deus tem para oferecer aos homens. Esse projeto, anunciado já no Antigo Testamento, torna-se uma realidade concreta, tangível e plena com a Incarnação de Jesus.
A primeira leitura apresenta a “promessa” de Deus a David. Deus anuncia, pela boca do profeta Natã, que nunca abandonará o seu Povo nem desistirá de o conduzir ao encontro da felicidade e da realização plenas. A “promessa” de Deus irá concretizar-se num “filho” de David, através do qual Deus oferecerá ao seu Povo a estabilidade, a segurança, a paz, a abundância, a fecundidade, a felicidade sem fim.
A segunda leitura chama a esse projeto de salvação, preparado por Deus desde sempre, o “mistério”; e, sobretudo, garante que esse projeto se manifestou, em Jesus, a todos os povos, a fim de que a humanidade inteira integre a família de Deus.
O Evangelho refere-se ao momento em que Jesus encarna na história dos homens, a fim de lhes trazer a salvação e a vida definitivas. Mostra como a concretização do projeto de Deus só é possível quando os homens e as mulheres que Ele chama aceitam dizer “sim” ao projeto de Deus, acolher Jesus e apresentá-l’O ao mundo.

Fonte: http://evangelhoquotidiano.org

SAV - Equipe

S. Pedro Canísio PbDr, MFac



S. Pedro Canísio, presbítero, Doutor da Igreja, +1597

Nasceu em 1521, em Nimega (Holanda). Estudou em Colônia e entrou na Companhia de Jesus. Foi ordenado sacerdote em 1546. Destinado à Alemanha,trabalhou denodadamente na defesa da fé católica com seus escritos e pregação. Publicou numerosas obras, entre as quais se destaca o seu Catecismo. Morreu em Friburgo (Suíça), no ano de 1597.

Fonte: http://evangelhoquotidiano.org

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domingo, 14 de dezembro de 2014

Papa Francisco no Angelus: Com Jesus a alegria é de casa



Texto completo. O Santo Padre presenteia os presentes com um livrinho de orações para viver todo o dia com Deus. Nunca se ouviu falar de um santo triste ou de uma santa com cara de funeral

Por Redação
ROMA, 14 de Dezembro de 2014 (Zenit.org) - O Santo Padre Francisco rezou neste domingo de dezembro a oração do ângelus na janela do seu escritório no Palácio Apostólico, virado para a Praça de São Pedro, onde uma multidão de milhares de peregrinos e fieis o aguardavam.
Neste III domingo de Advento a Praça estava cheia de centenas de crianças dos ‘Centros Oratórios Romanos’ para a benção que nesta data o Papa dá às imagens do Menino Jesus que serão colocadas nas suas casas, escolas ou paróquias.
O Santo Padre também presenteou os fieis e peregrinos ali reunidos com um livrinho de orações, preparado pela Esmolaria apostólica e publicado pela Livraria Editora Vaticana. Durante as suas palavras deteve-se várias vezes para comentar um cartaz que um grupo de fieis tinha: ‘Com Jesus a alegria é de casa’.
"Queridos irmãos e irmãs, queridos filhos e jovens, bom dia.
Durante duas semanas o Tempo do Advento nos convidou à vigilância espiritual para preparar o caminho para o Senhor, o Senhor que vem. Neste terceiro domingo a liturgia nos propõe outra atitude interior para viver a espera do Senhor, ou seja, alegria. A alegria de Jesus, como diz esse cartaz, a alegria de Jesus é de casa. Ou seja que nos propõe a alegria de Jesus.
O coração do homem deseja alegria, todos nós aspiramos a alegria, cada família, cada povo aspira à felicidade. Mas qual é a alegria que o cristão está chamado a viver e testemunhar? É aquela que vem da proximidade com Deus, da sua presença na nossa vida. Uma vez que Jesus entrou na história com seu nascimento em Belém, a humanidade recebeu a semente do Reino de Deus como uma terra que recebe a semente, promessa de colheita futura. Não há necessidade de procurar em outro lugar! Jesus veio para trazer alegria para todos e para sempre.
Não é só uma alegria esperada ou deslocada para o paraíso, ‘aqui na terra estamos tristes, mas no paraíso estaremos alegres’, não, não é isso. Mas, de uma alegria já real e que já é possível sentir agora, porque o mesmo Jesus é nossa alegria, é nossa casa.
Como dizia esse vosso cartaz, ‘Com Jesus a alegria está em casa’, repitamos isso, novamente: ‘Com Jesus a alegria está em casa’, e sem Jesus existe alegria? Não! Jesus está vivo, é o ressuscitado, e obra em nós, especialmente com a palavra e os sacramentos.
Todos nós batizados, filhos da Igreja, estamos chamados a acolher sempre novamente a presença de Deus no nosso meio e ajudar os outros a descobri-la, ou redescobri-la se a tivessem esquecido. É uma missão muito bonita, semelhante a de João o Batista: orientar as pessoas à Cristo – não a nós mesmos – porque Ele é a meta para a qual tende o coração do homem quando busca a alegria e a felicidade.
Mais uma vez São Paulo na liturgia de hoje nos indica as condições para ser "missionários da alegria": orar sem cessar, sempre dar graças a Deus, seguir o seu Espírito, buscar o bem e evitar o mal. Se este será o nosso estilo de vida, então a Boa Nova poderá entrar em muitas casas e ajudar as pessoas e famílias a descobrir que em Jesus está a salvação. Nele é possível encontrar a paz interior e a força para enfrentar cada dia as diversas situações da vida, até mesmo as mais pesadas e difíceis.
Nunca se ouviu falar de um santo triste ou de uma santa com cara fúnebre, nunca se ouviu, seria uma contradição.
O cristão é uma pessoa que tem o coração cheio de paz, porque sabe colocar a sua alegria no Senhor, até mesmo quando passa por momentos difíceis na vida.
Ter fé não significa não ter momentos difíceis, mas ter a força para enfrentá-los sabendo que não estamos sozinhos. E esta é a Paz que Deus dá a seus filhos.
Com o olhar voltado para o Natal está próximo, a Igreja nos convida a testemunhar que Jesus não é um personagem do passado: Ele é a Palavra de Deus que hoje continua a iluminar o caminho do homem, seus gestos, os sacramentos, são a manifestação da ternura, do consolo e do amor do Pai a cada ser humano. A Virgem Maria ‘causa de nossa alegria’ nos torne sempre alegres no Senhor, que vem libertar-nos de tantas escravidões interiores e exteriores”.
O Papa rezou a oração do Angelus e depois disse as seguintes palavras:
"Queridos irmãos e irmãs, tinha me esquecido a frase. Como era? Vejamos: ‘Com Jesus a alegria é de casa’. Todos juntos: ‘Com Jesus a alegria é de casa’.
Saúdo os presentes, famílias, grupos paroquiais e associações que vieram de Roma, da Itália e de tantos lugares do mundo. Especialmente saúdo os peregrinos de Civitella Casanova, Catania, Gela, Altamura, e os jovens de Frosinone.
Ao cumprimentar os fiéis poloneses, uno-me espiritualmente a seus compatriotas que hoje acendem a ‘vela de Natal’, e reiteram o compromisso de solidariedade, especialmente neste Ano da Cáritas que se celebra na Polônia.
Agora Saúdo com afeto as crianças, que vieram para a benção dos ‘Meninos Jesus’, organizada pelo Centro Oratórios Romanos. Meus parabéns, foram muito bons, cheios de alegria aqui na praça, meus parabéns. E agora levem o nascimento abençoado. Queridas crianças, agradeço-lhes vossa presença, e lhes desejo um feliz Natal. Quando rezem em casa, diante do presépio, peço-lhes que se lembrem também de mim, como eu me lembro de vocês.
A oração é a respiração da alma: é importante encontrar momentos durante o dia para abrir o coração a Deus, também com simples e breves orações do povo cristão. Por isso pensei dar-lhes um presente, a todos os que estão aqui na praça, uma surpresa, um presente. Um pequeno livrinho de bolso que traz algumas orações, para os diversos momentos do dia e para as diversas situações da vida. É isso. Alguns voluntários o distribuirão. Cada um pegue um e levem-no com vocês, como ajuda para viver todo o dia com Deus.
Não esqueçamos essa mensagem tão bonita que trouxeram aqui com o cartaz: ‘Com Jesus a alegria é de casa’. E a todos vocês lhes desejo um cordial ‘bom domingo’ e ‘bom almoço’. E não se esqueçam, por favor, de rezar por mim. Até logo! E muita alegria!

Fonte: Zenit.org

SAV - Equipe

S. João da Cruz Pb, MFac



S. João da Cruz, presbítero, reformador, Doutor da Igreja, +1591

São João da Cruz (João de Yepes) nasceu perto de Ávila, em Fontiveros, Espanha, no ano de 1542. Era filho de tecelões. Após ter dado provas da sua imperícia nas várias ocupações para as quais a família, muito pobre, o tentou encaminhar, ao vinte anos, ingressou na Ordem dos Carmelitas. Estudou artes e teologia em Salamanca, onde foi prefeito dos estudantes. Foi ordenado sacerdote no ano de 1567, época em que se encontrou com Santa Teresa de Ávila (Teresa de Jesus) a reformadora das carmelitas. A Santa fundadora tinha em mente alargar a reforma também aos conventos masculinos da Ordem Carmelita, e seu delicado discernimento fê-la entrever naquele frade, pequeno, extremamente sério, fisicamente insignificante, mas rico interiormente, o parceiro ideal para levar por diante o seu corajoso projeto.

Aos vinte e cinco anos de idade João de Yepes mudou de nome, passando a chamar-se João da Cruz e pôs mãos à obra na reforma, fundando em Durvelo o primeiro convento dos carmelitas descalços. Santa Teresa de Jesus chamava-o de seu pequeno Séneca, brincava amavelmente com a sua baixa estatura mas não hesitava em considerá-lo o pai de sua alma, afirmando também que não era possível discorrer com ele sobre Deus sem vê-lo em êxtase. Vinte e sete anos mais jovem que Teresa, João de Yepes é uma das figuras da mística moderna.

Mas a chamada "religiosidade do deserto" custou ao santo fundador maus-tratos físicos e difamações: em 1577 ficou preso durante oito meses no cárcere de Toledo. Mas foi nessas trevas exteriores que se acendeu a grande chama da sua poesia espiritual. "Padecer e depois morrer" era o lema do autor da Noite Escura da Alma, da Subida do Monte Carmelo, do Cântico Espiritual e da Chama de Amor Viva.

São João da Cruz, morreu no convento de Ubeda, aos quarenta e nove anos, no dia 14 de dezembro de 1591. Foi canonizado em 1726. O Papa Pio XI conferiu-lhe o título de doutor da Igreja, dois séculos depois. 

Fonte: http://evangelhoquotidiano.org

SAV - Equipe


Santa Luzia VgMt, memória



Santa Luzia, virgem, mártir, +303

Santa Luzia, como se lê nas Atas, pertencia a uma família rica de Siracusa. A mãe dela, Eutíquie, ficou viúva e havia prometido dar a filha como esposa a um jovem concidadão. Luzia, que tinha feito voto de se conservar virgem por amor a Cristo, obteve que as núpcias fossem adiadas, também porque a mãe foi atingida por uma grave doença. Devota de Santa Águeda, a mártir de Catânia, que vivera meio século antes, Luzia quis levar a mãe enferma em visita ao túmulo da Santa. Desta peregrinação a mulher voltou perfeitamente curada e por isso concordou com a filha, dando-lhe licença para seguir a vida que havia escolhido; consentiu também que ela distribuísse aos pobres da cidade os bens do seu rico dote. O noivo rejeitado vingou-se acusando Luzia de ser cristã ao procônsul Pascásio. Ameaçada de ser exposta ao prostíbulo para que se contaminasse, Luzia deu ao procônsul uma sábia resposta: "O corpo contamina-se se a alma consente."

O procônsul quis passar das ameaças aos factos, mas o corpo de Luzia ficou tão pesado que dezenas de homens não conseguiram carregá-lo sequer um palmo. Um golpe de espada pôs fim a uma longa série de sofrimentos, mas mesmo a morrer, a jovem continuou a exortar os fiéis a antepôr os deveres para com Deus àqueles para com as criaturas, até que os companheiros de fé, que faziam um círculo em volta dela, selaram o seu comovente testemunho com a palavra: Amém.

Testemunham-lhe a antiga devoção, que se difundiu muito rapidamente não só no Ocidente, mas também no Oriente. O episódio da cegueira, ao qual ordinariamente chamam a atenção as imagens de Santa Luzia, está provavelmente vinculado ao nome: Luzia (Lúcia) derivada de lux (= luz), elemento indissolúvel unido não só ao sentido da vista, mas também à faculdade espiritual de captar a realidade sobrenatural. Por este motivo Dante Alighieri, na Divina Comédia, atribui a Santa Lúcia ou Luzia a função de graça iluminadora.

Fonte: http://evangelhoquotidiano.org

SAV - Equipe


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Nossa Senhora de Guadalupe, festa



Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira das Américas (festa no Brasil)

Num sábado, no ano de 1531, a Virgem Santíssima apareceu a um indígena que, de seu lugarejo, caminhava para a cidade do México a fim de participar da catequese e da Santa Missa enquanto estava na colina de Tepeyac, perto da capital. Este índio convertido chamava-se Juan Diego (canonizado pelo Papa João Paulo II em 2002). 

Nossa Senhora disse então a Juan Diego para que fosse até o Bispo, pedindo que naquele lugar fosse construído um santuário para a honra e glória de Deus. 

O Bispo local, usando de prudência, pediu um sinal da Virgem ao indígena que, somente na terceira aparição, foi concedido. Foi quando Juan Diego estava indo buscar um sacerdote para o tio doente: "Escute, meu filho, não há nada que temer, não fique preocupado nem assustado; não tema esta doença, nem outro qualquer dissabor ou aflição. Não estou eu aqui, a seu lado? Eu sou a sua Mãe dadivosa. Acaso não o escolhi para mim e o tomei aos meus cuidados? Que deseja mais do que isto? Não permita que nada o aflija e o perturbe. Quanto à doença do seu tio, ela não é mortal. Eu lhe peço, acredite agora mesmo, porque ele já está curado. Filho querido, essas rosas são o sinal que você vai levar ao Bispo. Diga-lhe em meu nome que, nessas rosas, ele verá minha vontade e a cumprirá. Você é meu embaixador e merece a minha confiança. Quando chegar diante dele, desdobre a sua "tilma" (manto) e mostre-lhe o que carrega, porém, só em sua presença. Diga-lhe tudo o que viu e ouviu, nada omita..."

O Bispo viu não somente as rosas, mas o milagre da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, pintada prodigiosamente no manto do humilde indígena. Ele levou o manto com a imagem da Virgem para a capela, e ali, em meio às lágrimas, pediu perdão a Nossa Senhora. Era o dia 12 de dezembro de 1531. 

Uma linda confirmação deu-se quando Juan Diego fora visitar o seu tio, que sadio narrou: "Eu também a vi. Ela veio a esta casa e falou comigo. Disse-me também que desejava a construção de um templo na colina de Tepeyac e que sua imagem seria chamada de 'Santa Maria de Guadalupe', embora não tenha explicado o porquê". Diante de tudo isso muitos se converteram e o Santuário foi construído.

O grande milagre de Nossa Senhora de Guadalupe é a sua própria imagem. O tecido, feito de cacto, não dura mais de 20 anos e este já dura há mais de quatro séculos e meio. Durante 16 anos, a tela esteve totalmente desprotegida, sendo que a imagem nunca foi retocada e até hoje os peritos em pintura e química não encontraram na tela nenhum sinal de corrupção. 

No ano de 1971, alguns peritos inadvertidamente deixaram cair ácido nítrico sobre toda a pintura. Pois nem a força de um ácido tão corrosivo estragou ou manchou a imagem. Com a invenção e ampliação da fotografia descobriu-se que, assim como a figura das pessoas com as quais falamos se reflete em nossos olhos, da mesma forma a figura de Juan Diego, do Bispo e do intérprete se refletiu e ficou gravada nos olhos do quadro de Nossa Senhora. Cientistas americanos chegaram à conclusão de que estas três figuras estampadas nos olhos de Nossa Senhora não são pintura, mas imagens gravadas nos olhos de uma pessoa viva. 

Disse o Papa Bento XIV, em 1754: "Nela tudo é milagroso: uma Imagem que provém de flores colhidas num terreno totalmente estéril, no qual só podem crescer espinheiros... uma Imagem estampada numa tela tão rala que através dela pode se enxergar o povo e a nave da Igreja... Deus não agiu assim com nenhuma outra nação". 

Coroada em 1875 durante o Pontificado de Leão XIII, Nossa Senhora de Guadalupe foi declarada "Padroeira de toda a América" pelo Papa Pio XII a 12 de outubro de 1945. 

No dia 27 de janeiro de 1979, durante sua viagem apostólica ao México, o Papa João Paulo II visitou o Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe e consagrou à Mãe Santíssima toda a América Latina, da qual a Virgem de Guadalupe é Padroeira.

No Brasil, a Missa é a da festa: Gl 4, 4-7; Sl 95(96), 1-3.10; Lc 1,39-47.

Fonte: http://evangelhoquotidiano.org

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Santa Joana Francisca de Chantal Rlga, MFac



Santa Joana Francisca de Chantal, religiosa, +1641

Nasceu em Dijon (França) no ano 1572. Casou com o barão de Chantal, e foi mãe de seis filhos, a quem educou esmeradamente. Tendo falecido o marido, levou, sob a direção de S. Francisco de Sales, uma admirável vida de perfeição, exercendo especialmente a caridade para com os pobres e os enfermos. Fundou o Instituto da Visitação, que governou sabiamente. Morreu em 1641.

Fonte: http://evangelhoquotidiano.org

SAV - Equipe





quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

S. Dâmaso I Pp, MFac


            

S. Dâmaso I, papa, +384

São Dâmaso, um grande Papa da Igreja, ocupou a Sé de Roma de 366 a 384. Era muito provavelmente originário da Península Ibérica. Foi eleito Papa a 1 de Outubro de 366. Não foi fácil a sua escolha nesse período conturbado da Igreja. No tempo do seu Pontificado, era bispo de Milão o grande santo Ambrósio. São Dâmaso teve que enfrentar o cisma causado por um antipapa; embora não fosse este o único problema para Dâmaso, já que teve de combater o Arianismo, que negava a consubstancialidade de Cristo com o Pai.
O Imperador Teodósio encontrou nele um Papa que afirmou sempre, com serena firmeza, a “autoridade da Sé Apostólica”. Dâmaso fez tudo pela unidade da Igreja, e para deixar claro o Primado do Papa, pois foi ordem expressa de Cristo “e eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela”(Mt16,18).
São Dâmaso esteve no II Concilio Ecumênico onde foi declarado a definição dogmática sobre a Divindade do Espírito Santo. Foi ele quem encarregou S. Jerônimo da tradução da Bíblia do original para o latim, língua oficial da Igreja. Ficou conhecido como o “Papa das catacumbas dos Mártires”, por ter sido ele o responsável pela sua restauração.
Foi o Papa mais notável do século IV, faleceu em 384 com 80 anos, e está sepultado na chamada Cripta dos Papas, por ele explorada nas Catacumbas de S. Calisto onde tinha anteriormente inscrito: “Aqui eu, Dâmaso, desejaria mandar sepultar os meus restos, mas tenho medo de perturbar as piedosas cinzas dos santos” – humildade e descrição de um Papa verdadeiramente santo, que de facto preparou para si uma sepultura longe, num local solitário.  

Fonte: http://evangelhoquotidiano.org

SAV - Equipe


Santos Anjos da Guarda, memória

Santos Anjos da Guarda Os Anjos são antes de tudo os mediadores das mensagens da verdade Divina, iluminam o espírito com a luz inte...