sexta-feira, 21 de junho de 2013

Nossas faculdades de teologia



Temos de pensar na criação de uma superfaculdade e não na proliferação de cursos

Por Edson Sampel
SÃO PAULO, 20 de Junho de 2013 (Zenit.org) - Infelizmente, muitos cursos superiores de teologia estão fenecendo ou mês sendo extintos. Qual é o motivo? Há várias razões. Talvez as duas mais importantes sejam o declínio das vocações e a crise econômica dos leigos, que, antes de arcar com  mensalidades altas, têm de priorizar as despesas familiares.
Em minha opinião, existe, ainda, outra explicação para o enfraquecimento ou desaparecimento dos cursos teológicos de nível superior: a força centrífuga que os decompõe em diversas pequenas faculdades ou institutos. Explico. Em certas regiões  do Brasil, em vez de se somarem esforços em prol de uma faculdade de teologia de primeira linha, que atenda as dioceses adjacentes, cada diocese cria seu próprio curso teológico. É manso e pacífico que em nosso país não dispomos de recursos humanos qualificados (corpo docente) em número suficiente para a composição de bastantes institutos ou faculdades de teologia. Outrossim, carecemos de meios pecuniários para a mantença de tal modelo.
Em vez de dividir, somemos esforços, edificando um supercurso e uma superfaculdade, que contasse até mesmo com docentes-visitantes, vindos da Europa. Isto fortaleceria a ciência teológica no Brasil.
Nas potências ricas não ocorre a dispersão de energias que se dá no Brasil. Nessas nações afluentes funcionam poucos, mas excelentes cursos superiores de teologia.
É, portanto, urgente repensar o atual modelo de pulverização do ensino teológico superior, que não contribui em nada para com o aprimoramento e a capacitação dos futuros padres e dos leigos.
O fortalecimento e a readequação dos cursos superiores de teologia passam igualmente pelo reconhecimento canônico e civil de todas as grades curriculares. Hoje em dia, não faz mais sentido um curso outorgar um diploma com a validação civil ou a eclesiástica. É necessária a dupla certificação, porque a teologia não é, nem nunca foi, uma ciência marginal.
O fenecimento da qualidade do ensino superior de teologia encontra similitude no fenômeno da proliferação de cursos jurídicos. Pululam Brasil afora faculdades de direito, todavia, as de gabarito são pouquíssimas.
Uma vez que as fontes financeiras da Igreja são reduzidas, fica aqui a sugestão, talvez deva-se em instituir no Brasil uma espécie de Faculdade Nacional de Teologia, agregada a alguma PUC, que primasse pela reflexão teológica de elevado padrão, nos moldes europeus e romanos. Na semana passada divulgou-se o elenco das melhores universidades do mundo. As PUC’s do Rio e de São Paulo são as únicas instituições particulares brasileiras citadas. Destarte, cuido que seria justo transformar um desses dois cursos de teologia num supercurso, numa Gregoriana tupiniquim.

Fonte: Zenit.org

SAV - Equipe

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