sexta-feira, 28 de junho de 2013

A infalibilidade do papa



A infalibilidade do papa está intimamente ligada à virtude da humildade

Por Edson Sampel
SÃO PAULO, 27 de Junho de 2013 (Zenit.org) - O fato de o papa ser infalível constitui um dogma de fé. Com efeito, sem a denominada inerrância do sumo pontífice, como saberíamos certas coisas fundamentais para nossa religião? Jesus não erigiria uma Igreja e a deixaria sem norte.
Desde a fundação da Igreja católica, houve 13 definições ex cathedra, isto é, sentenças solenes, através das quais os papas dispuseram sobre questões de fé ou de moral. A propósito, é bom que se diga: a infalibilidade do papa se circunscreve aos assuntos relativos ao credo ou  aos costumes. Se, por exemplo, Francisco disser que existe vida no planeta Marte, tal assertiva não obriga os cristãos. É apenas uma opinião do bispo de Roma. No entanto, quando Pio IX, no século XIX, declarou solenemente que nossa Senhora foi concebida sem a mancha do pecado original, ensinou de forma infalível e este ensinamento tem de ser crido com fé divina e católica, ou seja, como um item da revelação de Deus.
Um ponto importante acerca do carisma da infalibilidade é que o papa não “cria” um novo dado de fé. Retomemos o exemplo citado acima, da imaculada conceição. O modo peculiar, maravilhoso e miraculoso como se deu a concepção de santa Maria encontra-se indiretamente relatado quer na tradição sagrada quer na escritura sagrada. O papa apenas referendou uma verdade objeto da revelação divina.
Nem tudo que um papa leciona de fé ou costumes goza de infalibilidade. É mister distinguirmos o magistério ordinário do magistério extraordinário. Neste, a infalibilidade está sempre presente; naquele, não se fala em infalibilidade, embora devamos ouvir de bom grado as pregações do sucessor de são Pedro, pondo-as em prática.
Para que uma proposição do pontífice romano frua de autoridade de sentença infalível, devem concorrer três condições, a saber: 1.ª) o papa tem de falar  ex cathedra, vale dizer, como pastor e mestre dos cristãos, não como um doutor particular;  2.ª)  O objeto da definição precisa ser um assunto ligado à fé ou à moral; 3.ª) É necessário que o papa, de alguma maneira, deixe clara sua intenção de prolatar um veredicto definitivo acerca do assunto enfocado.
Diz-se, acertadamente, que o dogma da infalibilidade do sucessor de são Pedro é quase um nada, comparado à pretensão de que cada leitor da Bíblia, iluminado pelo Espírito Santo, interprete sem erro o texto sagrado. No caso dos católicos, um único homem, entre os bilhões que residem no mundo, em certas condições bem específicas, mui humildemente invoca a assistência do Espírito Santo, a fim de passar ao povo de Deus a essência do evangelho de Jesus Cristo.
Ao largo de 2000 anos de história da Igreja católica, surgiram tão somente 13 definições pontifícias. Trata-se de um número modesto, fruto da necessidade teológica e pastoral.

Fonte: Zenit.org

SAV - Equipe

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