terça-feira, 4 de setembro de 2012

Morte do cardeal Carlo Maria Martini comove mundo católico


Pelo falecimento do Cardeal Carlo Maria Martini
VATICANO, segunda-feira, 3 de setembro de 2012 (ZENIT.org) – Reproduzimos o telegrama de condolências emitido por Bento XVI por ocasião do falecimento do cardeal Carlo Maria Martini, arcebispo emérito di Milão, ocorrido na última sexta-feira.
***
Senhor Cardeal Angelo Scola
Arcebispo de Milão
Piazza Fontana, 2 – 20122 Milão

Recebi com tristeza a notícia da morte do cardeal Carlo Maria Martini, depois de longa enfermidade, vivida com ânimo sereno e confiante abandono à vontade do Senhor. Desejo expressar-lhe, bem como a toda a comunidade diocesana e aos familiares do falecido purpurado, a minha profunda participação em sua dor, pensando com afeto nesse caro irmão que serviu generosamente ao evangelho e à Igreja. 
Recordo com gratidão a sua intensa obra apostólica, de zeloso filho espiritual de Santo Inácio, extraordinário docente, autorizado biblista e apreciado reitor da Pontifícia Universidade Gregoriana e do Pontifício Instituto Bíblico, e, depois, solerte e sábio arcebispo dessa arquidiocese ambrosiana.
Penso ainda no competente e fervoroso serviço que ele prestou à Palavra de Deus, abrindo sempre mais à comunidade eclesial os tesouros da Sagrada Escritura, especialmente através da promoção da lectio divina. Elevo intensa prece a Nosso Senhor para que, por intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria, Ele acolha este seu fiel servidor e insigne pastor na Celeste Jerusalém, e, de coração, concedo a quantos choram sua partida a reconfortante bênção apostólica.
Cardeal Ruini rechaça tentativas de manipular palavras e gestos do jesuíta
ROMA, segunda-feira, 3 de setembro de 2012 (ZENIT.org) - Inúmeras reações e comentários percorreram o mundo católico após a partida do cardeal Carlo Maria Martini.
O padre Matteo Fabbri, vigário regional do Opus Dei na Itália, afirmou: "Participamos com toda a Igreja ambrosiana no luto pela morte de sua eminência, o cardeal Carlo Maria Martini, e nos unimos, com afeto, à oração pelo seu eterno descanso, recordando em particular a sua fidelidade constante e luminosa à Palavra de Deus, que sempre considerou para si e para todos como "a lâmpada para os meus passos".
O Movimento Cristão dos Trabalhadores de Milão (MCL, na sigla italiana) expressou suas condolências pela morte do cardeal que conduziu a diocese durante 23 anos, declarando-o "um dos líderes do século XX. Grande exegeta e estudioso mundialmente renomado dos textos bíblicos, teólogo e pastor, Martini foi a voz de um catolicismo aberto à renovação conciliar. Representou uma Igreja em diálogo, que fascinou os irmãos mais distantes. Não por acaso, num dos momentos mais difíceis da história da República [italiana], foi justo a ele que os terroristas entregaram as próprias armas".
O MCL pretende recordar "o estilo com que ele esteve presente nas coisas do mundo, mesmo permanecendo-lhe estranho em certo sentido: a sua verdadeira força foi a oração, constante, apaixonada, sincera". Diz o comunicado do movimento: "Rezando, ele enfrentou as dificuldades da sua vida de pastor. Rezando, ele subiu o calvário da doença. Rezando, ele enfrentou a morte como um verdadeiro cristão, à espera do abraço divino. Martini nos ensinou que podemos viver como irmãos em uma sociedade descristianizada, mantendo os olhos firmes em Jerusalém".
Em entrevista ao periódico Avvenire, o cardeal Camillo Ruini contou que "Martini costumava usar a expressão ‘o não-crente que há em mim’. A expressão mostra bem a tensão de muitos cristãos de hoje: divididos entre a fé herdada e uma cultura dominante que tende a negá-la. Estas palavras indicam algo que nos acompanha até o último dia, porque a tentação contra a fé é sempre possível. Santa Teresa de Lisieux, perto da morte, foi tentada por um materialismo radical. Esta expressão diz algo muito forte e verdadeiro: nunca estamos consolidados definitivamente na fé. O que não significa negar a diferença entre crer e não crer. A diferença é profunda: com Deus ou sem Deus, de fato, tudo muda".
Quanto às polêmicas levantadas no dia da sua morte, especialmente por causa da recusa de tratamentos terapêuticos agressivos, o ex-presidente da conferência episcopal italiana declara: "O tratamento agressivo é rejeitado também pela Igreja. Martini foi um grande filho da Igreja; tentar jogar o seu legado contra ela seria profundamente pobre".

Fonte: ZENIT.org

SAV - Equipe

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