O Grito dos Excluídos é uma manifestação popular carregada de simbolismo. È um espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos. Trata-se de uma mobilização dos movimentos sociais, com o apoio da Igreja no Brasil, que visa denunciar o modelo político e econômico que, ao mesmo tempo, concentra riqueza e renda e condena milhões de pessoas à exclusão social.A manifestação deseja tornar público, nas ruas do país, o rosto desfigurado dos grupos excluídos, vítimas do desemprego, da miséria e da fome, além de propor caminhos alternativos ao modelo econômico neoliberal, de forma a desenvolver uma política de inclusão social, com a participação ampla de todos os cidadãos.O Grito se define como um conjunto de manifestações realizadas no Dia da Pátria, 7 de setembro, tentando chamar à atenção da sociedade para as condições de crescente exclusão social na sociedade brasileira. Não é um movimento nem uma campanha, mas um espaço de participação livre e popular, em que os próprios excluídos, junto com os movimentos e entidades que os defendem, trazem à luz o protesto oculto nos esconderijos da sociedade e, ao mesmo tempo, o anseio por mudanças.As atividades são as mais variadas: atos públicos, romarias, celebrações especiais, seminários e cursos de reflexão, blocos na rua, caminhadas, teatro, música, dança, feiras de economia solidária, acampamentos – e se estendem por todo o território nacional.Em 2012, o tema do Grito é “Queremos um Estado a serviço da Nação, que garanta direitos a toda população!”, em sintonia com a 5ª Semana Social Brasileira.
Paralelo às celebrações oficiais do dia da Independência do Brasil, o 7 de setembro também tem a marca da manifestação da 18ª edição do Grito dos Excluídos. Em diversas cidades do país, a Igreja no Brasil e movimentos sociais realizam diversas atividades em torno do lema “Queremos um Estado a serviço da Nação, que garanta direitos a toda população!”, e do tema “Vida em primeiro lugar”. Para o arcebispo de Belo Horizonte (MG), dom Walmor Oliveira Azevedo, em artigo publicado no site da CNBB, a manifestação do Grito dos Excluídos é carregada de simbolismo, pois congrega a sociedade em torno da solidariedade para com os excluídos. “Ninguém, fiel à sua cidadania, e na mais lúcida compreensão, pode permitir-se não fazer coro com a sociedade para fortalecer a exigência de um Estado a serviço da Nação”. Na avaliação de dom Walmor, a manifestação de hoje atende ao chamado profético e indispensável de “tornar público, nas ruas e praças, o rosto desfigurado dos grupos excluídos, vítimas do desemprego, da miséria e da fome”. A temática desta edição do Grito dos Excluídos está em sintonia com a proposta da 5ª Semana Social Brasileira, que avalia o Estado que temos hoje no Brasil. Para o bispo de Jales (SP), dom Demétrio Valentini, o Estado brasileiro possui três características: é patrimonialista, clientelista e desenvolvimentista. “Partindo destas breves constatações, nos damos conta como precisamos, sempre de novo, conferir como deveríamos controlar o Estado, para que esteja de fato a serviço de toda a população”, recomenda. Em Macapá (AP), uma caminhada pela zona sul da capital com destino ao Marco Zero da cidade deve reunir milhares de pessoas. Durante as sete paradas da caminhada, haverá reflexões sobre temas como violência e combate a corrupção eleitoral. A manifestação termina com a palavra do bispo diocesano, dom Pedro José Conti. Na cidade de Aparecida (SP), o Santuário Nacional da Padroeira do Brasil recebe hoje a 25ª Romaria Nacional dos Trabalhadores e o 18º Grito dos Excluídos. A romaria participa da missa das 10h30, presidida por dom Antonio Celso de Queiroz, bispo emérito de Catanduva (SP). Na capital federal, logo após o desfile oficial na Esplanada dos Ministérios, a programação do Grito dos Excluídos começa na Torre de TV. Ao mesmo tempo, diante do Museu Nacional, parte a 4ª Marcha Brasil Contra a Corrupção, em direção à Praça dos Três Poderes. A organização é do Movimento Brasil contra a Corrupção, de Brasília (DF), com apoio da Ordem dos Advogados do Brasil.
Fonte:
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