quarta-feira, 31 de maio de 2017

Visitação de Nossa Senhora - Festa



Visitação de Nossa Senhora - ofício festivo próprio

A Igreja celebra a festa da Visitação de Nossa Senhora à sua prima Santa Isabel, em Ain-Karin, na Judeia. Isabel estava grávida de São João Batista, o precursor de Jesus. É o encontro de duas mulheres que celebram jubilosas a vinda de Jesus Salvador: o Reino de Deus, a Boa Nova, as promessas de Deus já estão cumpridas e continuam a cumprir-se no meio dos homens de boa vontade. 

No seu Evangelho, São Lucas afirma: naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá. Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: "Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre!" (Lucas 1,39ss.). 

É o milagre da vida que brota com força e poder e vence o mundo. É a força e o poder da Palavra de Deus que faz a Virgem conceber e permite que aquela que era estéril dê à luz (Lucas 1,30ss.). É por isso que Maria, trazendo Jesus em seu seio, irrompe neste sublime canto de alegria e júbilo que é o "Magnificat" (Lucas 1,46-55).

Fonte: http://evangelhoquotidiano.org

SCAV- Fortaleza


domingo, 28 de maio de 2017

Dia Mundial das Comunicações Sociais


 

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
PARA O 51ª DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS

Tema: «“Não tenhas medo, que Eu estou contigo” (Is 43, 5).
Comunicar esperança e confiança, no nosso tempo»
[28 de maio de 2017]

Graças ao progresso tecnológico, o acesso aos meios de comunicação possibilita a muitas pessoas ter conhecimento quase instantâneo das notícias e divulgá-las de forma capilar. Estas notícias podem ser boas ou más, verdadeiras ou falsas. Já os nossos antigos pais na fé comparavam a mente humana à mó da azenha que, movida pela água, não se pode parar. Mas o moleiro encarregado da azenha tem possibilidades de decidir se quer moer, nela, trigo ou joio. A mente do homem está sempre em ação e não pode parar de «moer» o que recebe, mas cabe a nós decidir o material que lhe fornecemos (cf. Cassiano o Romano, Carta a Leôncio Igumeno).
Gostaria que esta mensagem pudesse chegar como um encorajamento a todos aqueles que diariamente, seja no âmbito profissional seja nas relações pessoais, «moem» tantas informações para oferecer um pão fragrante e bom a quantos se alimentam dos frutos da sua comunicação. A todos quero exortar a uma comunicação construtiva, que, rejeitando os preconceitos contra o outro, promova uma cultura do encontro por meio da qual se possa aprender a olhar, com convicta confiança, a realidade.
Creio que há necessidade de romper o círculo vicioso da angústia e deter a espiral do medo, resultante do hábito de se fixar a atenção nas «notícias más» (guerras, terrorismo, escândalos e todo o tipo de falimento nas vicissitudes humanas). Não se trata, naturalmente, de promover desinformação onde seja ignorado o drama do sofrimento, nem de cair num otimismo ingénuo que não se deixe tocar pelo escândalo do mal. Antes, pelo contrário, queria que todos procurássemos ultrapassar aquele sentimento de mau-humor e resignação que muitas vezes se apodera de nós, lançando-nos na apatia, gerando medos ou a impressão de não ser possível pôr limites ao mal. Aliás, num sistema comunicador onde vigora a lógica de que uma notícia boa não desperta a atenção, e por conseguinte não é uma notícia, e onde o drama do sofrimento e o mistério do mal facilmente são elevados a espetáculo, podemos ser tentados a anestesiar a consciência ou cair no desespero.
Gostaria, pois, de dar a minha contribuição para a busca dum estilo comunicador aberto e criativo, que não se prontifique a conceder papel de protagonista ao mal, mas procure evidenciar as possíveis soluções, inspirando uma abordagem propositiva e responsável nas pessoas a quem se comunica a notícia. A todos queria convidar a oferecer aos homens e mulheres do nosso tempo relatos permeados pela lógica da «boa notícia».
A boa notícia
A vida do homem não se reduz a uma crónica asséptica de eventos, mas é história, e uma história à espera de ser contada através da escolha duma chave interpretativa capaz de selecionar e reunir os dados mais importantes. Em si mesma, a realidade não tem um significado unívoco. Tudo depende do olhar com que a enxergamos, dos «óculos» que decidimos pôr para a ver: mudando as lentes, também a realidade aparece diversa. Então, qual poderia ser o ponto de partida bom para ler a realidade com os «óculos» certos?
Para nós, cristãos, os óculos adequados para decifrar a realidade só podem ser os da boa notícia: partir da Boa Notícia por excelência, ou seja, o «Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus» (Mc 1, 1). É com estas palavras que o evangelista Marcos começa a sua narração: com o anúncio da «boa notícia», que tem a ver com Jesus; mas, mais do que uma informação sobre Jesus, a boa notícia é o próprio Jesus. Com efeito, ao ler as páginas do Evangelho, descobre-se que o título da obra corresponde ao seu conteúdo e, principalmente, que este conteúdo é a própria pessoa de Jesus.
Esta boa notícia, que é o próprio Jesus, não se diz boa porque nela não se encontra sofrimento, mas porque o próprio sofrimento é vivido num quadro mais amplo, como parte integrante do seu amor ao Pai e à humanidade. Em Cristo, Deus fez-Se solidário com toda a situação humana, revelando-nos que não estamos sozinhos, porque temos um Pai que nunca pode esquecer os seus filhos. «Não tenhas medo, que Eu estou contigo» (Is 43, 5): é a palavra consoladora de um Deus desde sempre envolvido na história do seu povo. No seu Filho amado, esta promessa de Deus – «Eu estou contigo» – assume toda a nossa fraqueza, chegando ao ponto de sofrer a nossa morte. N’Ele, as próprias trevas e a morte tornam-se lugar de comunhão com a Luz e a Vida. Nasce, assim, uma esperança acessível a todos, precisamente no lugar onde a vida conhece a amargura do falimento. Trata-se duma esperança que não dececiona, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações (cf. Rm 5, 5) e faz germinar a vida nova, como a planta cresce da semente caída na terra. Visto sob esta luz, qualquer novo drama que aconteça na história do mundo torna-se cenário possível também duma boa notícia, uma vez que o amor consegue sempre encontrar o caminho da proximidade e suscitar corações capazes de se comover, rostos capazes de não se abater, mãos prontas a construir.
A confiança na semente do Reino
Para introduzir os seus discípulos e as multidões nesta mentalidade evangélica e entregar-lhes os «óculos» adequados para se aproximar da lógica do amor que morre e ressuscita, Jesus recorria às parábolas, nas quais muitas vezes se compara o Reino de Deus com a semente, cuja força vital irrompe precisamente quando morre na terra (cf. Mc 4, 1-34). O recurso a imagens e metáforas para comunicar a força humilde do Reino não é um modo de reduzir a sua importância e urgência, mas a forma misericordiosa que deixa, ao ouvinte, o «espaço» de liberdade para a acolher e aplicar também a si mesmo. Além disso, é o caminho privilegiado para expressar a dignidade imensa do mistério pascal, deixando que sejam as imagens – mais do que os conceitos – a comunicar a beleza paradoxal da vida nova em Cristo, onde as hostilidades e a cruz não anulam, mas realizam a salvação de Deus, onde a fraqueza é mais forte do que qualquer poder humano, onde o falimento pode ser o prelúdio da maior realização de tudo no amor. Na verdade, é precisamente assim que amadurece e se entranha a esperança do Reino de Deus, ou seja, «como um homem que lançou a semente à terra. Quer esteja a dormir, quer se levante, de noite e de dia, a semente germina e cresce» (Mc 4, 26-27).
O Reino de Deus já está no meio de nós, como uma semente escondida a um olhar superficial e cujo crescimento acontece no silêncio. Mas quem tem olhos, tornados limpos pelo Espírito Santo, consegue vê-lo germinar e não se deixa roubar a alegria do Reino por causa do joio sempre presente.
Os horizontes do Espírito
A esperança fundada na boa notícia que é Jesus faz-nos erguer os olhos e impele-nos a contemplá-Lo no quadro litúrgico da Festa da Ascensão. Aparentemente o Senhor afasta-Se de nós, quando na realidade são os horizontes da esperança que se alargam. Pois em Cristo, que eleva a nossa humanidade até ao Céu, cada homem e cada mulher consegue ter «plena liberdade para a entrada no santuário por meio do sangue de Jesus. Ele abriu para nós um caminho novo e vivo através do véu, isto é, da sua humanidade» (Heb 10, 19-20). Através «da força do Espírito Santo»,podemos ser «testemunhas»e comunicadores duma humanidade nova, redimida, «até aos confins da terra»(cf. At 1, 7-8).
A confiança na semente do Reino de Deus e na lógica da Páscoa não pode deixar de moldar também o nosso modo de comunicar. Tal confiança que nos torna capazes de atuar – nas mais variadas formas em que acontece hoje a comunicação – com a persuasão de que é possível enxergar e iluminar a boa notícia presente na realidade de cada história e no rosto de cada pessoa.
Quem, com fé, se deixa guiar pelo Espírito Santo, torna-se capaz de discernir em cada evento o que acontece entre Deus e a humanidade, reconhecendo como Ele mesmo, no cenário dramático deste mundo, esteja compondo a trama duma história de salvação. O fio, com que se tece esta história sagrada, é a esperança, e o seu tecedor só pode ser o Espírito Consolador. A esperança é a mais humilde das virtudes, porque permanece escondida nas pregas da vida, mas é semelhante ao fermento que faz levedar toda a massa. Alimentamo-la lendo sem cessar a Boa Notícia, aquele Evangelho que foi «reimpresso» em tantas edições nas vidas dos Santos, homens e mulheres que se tornaram ícones do amor de Deus. Também hoje é o Espírito que semeia em nós o desejo do Reino, através de muitos «canais» vivos, através das pessoas que se deixam conduzir pela Boa Notícia no meio do drama da história, tornando-se como que faróis na escuridão deste mundo, que iluminam a rota e abrem novas sendas de confiança e esperança.
Vaticano, 24 de janeiro – Memória de São Francisco de Sales – do ano de 2017.

Franciscus

Fonte: http://w2.vatican.va

SCAV - Fortaleza

Ascensão do Senhor, solenidade



Ascensão do Senhor, ano A (semana III do Saltério)

A Festa da Ascensão de Jesus, que hoje celebramos, sugere que, no final do caminho percorrido no amor e na doação, está a vida definitiva, a comunhão com Deus. Sugere também que Jesus nos deixou o testemunho e que somos nós, seus seguidores, que devemos continuar a realizar o projeto libertador de Deus para os homens e para o mundo. 

O Evangelho apresenta o encontro final de Jesus ressuscitado com os seus discípulos, num monte da Galileia. A comunidade dos discípulos, reunida à volta de Jesus ressuscitado, reconhece-O como o seu Senhor, adora-O e recebe d'Ele a missão de continuar no mundo o testemunho do «Reino». 

Na primeira leitura, repete-se a mensagem essencial desta festa: Jesus, depois de ter apresentado ao mundo o projeto do Pai, entrou na vida definitiva da comunhão com Deus – a mesma vida que espera todos os que percorrem o mesmo «caminho» que Jesus percorreu. Quanto aos discípulos: eles não podem ficar a olhar para o céu, numa passividade alienante; mas têm de ir para o meio dos homens, continuar o projeto de Jesus. 

A segunda leitura convida os discípulos a terem consciência da esperança a que foram chamados (a vida plena de comunhão com Deus). Devem caminhar ao encontro dessa «esperança» de mãos dadas com os irmãos – membros do mesmo «corpo» – e em comunhão com Cristo, a «cabeça» desse «corpo». Cristo reside no seu «corpo» que é a Igreja; e é nela que se torna, hoje, presente no meio dos homens.

Fonte: http://evangelhoquotidiano.org

SCAV - Fortaleza



Sto. Agostinho de Cantuária B, MFac



Santo Agostinho de Cantuária, bispo, +605

Santo Agostinho de Cantuária viveu no século VI. Em 597, São Gregório Magno enviou-o, com mais 40 monges, como missionários para a Inglaterra. Chegados a Lerins, ficaram de tal modo intimidados com o que se dizia dos saxões que pediram ao Papa que mudasse os planos. São Gregório, para incentivar Santo Agostinho, nomeou-o abade e deu-lhe cartas de recomendação. Pouco tempo depois, nomeou-o bispo. Ao contrário do que imaginavam, foram bem recebidos pelo rei Etelberto. Receberam como residência na cidade de Cantuária ou Canterbury, uma capela que será, mais tarde, a abadia de Santo Agostinho, necrópole dos soberanos e dos bispos de Kent. Etelberto fez-se baptizar e com ele muitas outras pessoas se converteram ao cristianismo. Santo Agostinho foi nomeado então arcebispo primaz da Inglaterra, consolidando assim o cristianismo nessa nação. Santo Agostinho de Cantuária partiu para o paraíso no ano de 605.

Fonte: http://evangelhoquotidiano.org

SCAV - Fortaleza



sexta-feira, 26 de maio de 2017

S. Filipe Néri, presbítero, memória



S. Filipe Néri, presbítero,fundador, +1595

Neste dia recordamos a santidade de vida do Santo da Alegria, que encantou a Igreja com seu jeito criativo e excêntrico de viver o Evangelho. Nascido em 1515, São Filipe Néri, foi morar com um tio negociante, que colocou diante de seus olhos a proposta de assumir os empreendimentos, mas acolheu as proposta do Senhor que eram bem outras.

Ao ir para Roma estudou Filosofia e Teologia, sem pensar no sacerdócio. Sendo um homem de caridade, vendeu toda a sua biblioteca e deu tudo aos pobres; visitava as catacumbas tinha devoção aos mártires e tudo fazia para ganhar os jovens para Deus, já que era afável, modesto e alegre, por isso fundou ainda como leigo, a irmandade da Santíssima Trindade.

São Filipe Néri que muito acolhia peregrinos em Roma, foi dócil em acolher o chamamento ao sacerdócio que o despertou para as missões nas Índias, porém, o seu Bispo esclareceu-lhe que a sua Índia era Roma. Como Santo da Jovialidade, simplicidade infantil e confiança na Divina Providência, Filipe fundou a Congregação do Oratório; foi vítima de calúnias; esquivou-se de ser cardeal, mas não da Salvação das Almas e do seu lema: Pecados e melancolia estejam longe de minha casa.

Fonte: http://evangelhoquotidiano.org

SCAV - Fortaleza



quinta-feira, 25 de maio de 2017

Nascimento de São Camilo de Lellis, fundador



SÃO CAMILO DE LELLIS, VOCACIONADO À CARIDADE

Camilo de Lellis nasceu na Itália em Buquiânico de Quiete na região Abruzzo em 25 de maio de1550. Antes do seu nascimento, sua mãe, Camila, viu-o em sonhos com uma cruz no peito e uma grande multidão de jovens o seguia trazendo o mesmo distintivo no peito: a cruz vermelha.

A adolescência de Camilo, porém, não correspondeu a estas previsões, pois a viveu no vício, sobretudo em jogos de azar, com desperdício de saúde, dinheiro e honra, a tal ponto que, forçado pela pobreza, teve que se submeter a trabalhos humildes, indignos de seus antecedentes, no Hospital dos Incuráveis em Roma, em seguida nos exércitos de Veneza e, enfim, a serviço do convento dos Capuchinhos.

A natureza dotou Camilo com um temperamento enérgico: o que queria devia conseguir não havia freio nem obstáculo que lhe barrasse os passos. Contudo, um dia apareceu-lhe uma chaga no pé direito. Para cuidar-se procurou um hospital, foi para hospital São Tiago em Roma. Ali se sensibilizou pelo modo que eram assistidos os doentes.

Diante daquela realidade juntou um grupo de pessoas de bem para cuidar daqueles enfermos. A vida de Camilo foi sempre permeada pela dor, sofrimentos e pelas obras de misericórdia, pois ao servir o doente servia a Deus. Para São Camilo o doente é seu senhor e patrão. O leito do enfermo é o altar onde se realiza a mais solene liturgia.

O amor que tinha no coração brotava em suas mãos. No cuidado com os doentes sempre recomendava aos seus confrades: “Mais coração nessas mãos, irmãos!” São Camilo, um grande homem espiritual, cultivava uma vida de oração. A oração de Camilo não foi um ato apenas, mas um estado, isto é, uma adesão constante de sua alma a Deus. 

O seu carisma e espiritualidade estenderam pelo mundo e contagiou homens e mulheres. Ele desejava ter milhares de braços, de mãos e de vidas para socorrer a todos. Camilo de Lellis apagava-se lentamente, morreu em 14 de julho de 1614.  A ele as glórias dos céus, aos seus seguidores nossa reverência, sob sua égide caminham como religiosos, religiosas, leigos/as consagrados/as que oferecem aos sofredores o Cristo Esperança.

Curiosidade: a cruz vermelha – No dia 29 de junho de 1586 festa dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, Camilo usou pela primeira vez a Cruz Vermelha, ele se orgulhava muito deste distintivo, que sua mãe viu antes de dá-lo a luz. Quando ia a sua terra natal com a cruz a quem lhe lembrava o sonho de sua mãe dizia: “essa é a mesma cruz que minha mãe pensava que seria a ruína e destruição de minha casa. Deus, no entanto, a converteu em ressurreição para muitos e em exaltação de sua glória”. 

[Pe. Gilmar Antônio Aguiar, M.I.]

SCAV - Fortaleza

Os Religiosos Camilianos Mártires da Caridade



RELIGIOSOS CAMILIANOS - MÁRTIRES DA CARIDADE

São Camilo recebeu de Deus o carisma de testemunhar ao mundo o amor sempre presente de Cristo para os doentes e os sofredores. Aos três votos comuns a todas as congregações religiosas “Pobreza - Castidade - Obediência”, quis um quarto, de estar sempre presente “etiam pestis incesserit”, hoje traduzido em “sempre, mesmo com risco de vida”. 

Os Religiosos Camilianos Mártires da Caridade nesse primeiros quatro séculos de vida são cerca de 300, e deles se conhecem os nomes de somente 252. Muitos são aquele que sacrificaram a própria vida e são Anônimos por causa da dramaticidade dos momentos em que aconteceram os fatos, que sem dúvida não deixavam espaço para relato jornalístico. 

No ano de 1589, alguns anos antes do início da Fundação, em Pozzuoli se tem o primeiro sacrifício em ocasião do atendimento a uma frota de “muitas galeras cheias de milícias espanholas”, atacada pelo tifo petequial, dito também “castrense”. Foram três os religiosos que São Camilo “logo ofereceu as almas suas à sua Divina Majestade como primícias de todos os outros que no futuro com esse novo gene de morte vão sacrificar a vida deles para a saúde do próximo...”. 

No ano de 1606, em Nápoles, por causas de febres contagiosas, temos o sacrifício da vida de um jovem de Bucchianico para assistir os doentes no Hospital SS.ma Annunziata: o sobrinho Onofrio de Lellis, ainda Noviço e levado como exemplo para toda Congregação. É o próprio Santo Tio que o assiste até a morte e chora por ele fortemente. Nessa dramática ocasião muitos outros perdem a vida e entram no anonimato de que falamos antes. Os cronistas daquele tempo escrevem que “tantos foram os nossos que morreram, que nem era mais tocado o sino na hora do enterro para não assustar os vizinhos”. 

O terrível flagelo da peste que atingiu a Itália em 1656 marca o sacrifício de 96 Religiosos Camilianos em várias cidades, como se evidencia no quadro a seguir. Entre eles o Superior Geral, o padre Marco Antonio Albiti, e os Superiores Provinciais de Roma, padre Luigi Franco, e de Nápoles, padre Prospero Voltabio. Nos Atos de Consulta daquele tempo se acha escrito que “as nossas Casas quase desoladas pela perda dos seus moradores religiosos... está muito abalada a nossa Pobre Religião sem o Chefe e muitos dos seus membros...”, mas inabalável permaneceu a fé no SS. Crucifixo que com amplas promessas disse ao nosso bendito Padre Camilo de Lellis de querer perpetuar o nosso Santo Instituto...”. 

As tormentas sobre a “plantinha” de São Camilo passaram e a Ordem Religiosa se fortificou e se espalhou nos cinco Continentes. 

Última contribuição de sangue para estar perto ao doente sempre, também com o risco da própria vida, acontece na Espanha durante a bem conhecida Guerra Civil da década de ’30 desse fim de milênio: são 12 os Religiosos Camilianos que “in odium fidei” testemunharam o amor sempre presente de Cristo para os sofredores. E também se não entraram no Álbum dos Santos oficialmente reconhecidos, esperamos que entrem no Martirologio do Jubileu, como se pode bem esperar.

Mártires Camilianos da Caridade


 No dia 2 de fevereiro de 1994, a Consulta Geral instituiu o Dia dos Religiosos Camilianos MÁRTIRES DA CARIDADE, a ser celebrado em toda a Ordem no dia 25 de maio, data do nascimento de S. Camilo.

 A iniciativa partiu da Província Piemontesa e foi assumida pelo Capítulo Geral de 1989: “A Consulta Geral estude a maneira de lembrar os nossos MÁRTIRES DA CARIDADE, estabelecendo, se possível, a mesma data para toda a Ordem”.

Finalidade do Dia dos Mártires da Caridade: “tomar contato mais vivo com o nosso passado, de maneira especial com os religiosos que imolaram sua vida no altar da assistência aos doentes”.

 A celebração deve realçar a beleza e a força da solidariedade, do amor fraterno, do amor preferencial pelos mais desamparados.

 Ao instituir o Dia dos Mártires da Caridade, a Consulta Geral fez o seguinte apelo: “Pedimos aos superiores e delegados provinciais, aos superiores locais e animadores de Centros de Pastoral de Centros de Pastoral que usem de criatividade na programação da celebração que deve ser rica em valores, mas sem triunfalismo”.

 A celebração deve ser para os religiosos e as comunidades uma oportunidade de renovação interior e de retomada de entusiasmo apostólico.

 Com a finalidade de fazer memória e motivar a celebração da efeméride, reportamos, na descrição de P. Cicatelli (Vida do P. Camilo, capítulo 50), como surgiram os primeiros mártires da caridade da Ordem.

 “Haviam chegado a Nápoles, vindas da Espanha, muitas galés carregadas de infantaria espanhola, com os soldados tão afetados de moléstia contagiosa que quase todos acabam morrendo. A cidade proibiu que as galés atracassem e exigiu que ficassem em quarentena em Pozzuoli, na entrada da baía. Como as pessoas morriam sem qualquer assistência corporal e espiritual, o vice Rei pediu ao P. Brás que acudisse a tanta miséria, enviando alguns dos nossos.

 “O P. Brás atendeu ao pedido e mandou imediatamente cinco religiosos. Foram eles: João de Adamo, Serafim Lucchese, Torquato Maurício, João Batista Pasqual e João Batista de Gaeta. Todos tinham consciência que iam ao encontro da morte por amor de Deus e agradecem a quem os tinha considerado dignos disso. Partiram com alegria e entusiasmo.

 “Quando chegaram ao local, o Mordomo do Hospital na Anunciação, onde estava concentrada a maior parte dos doentes, deu-lhes como alojamento uma fruta que só tinha a abertura da entrada. Por pouco não ficaram cegos por causa da fumaça, pois lá dormiam e também preparavam a sua comida. Deram-lhe colchões tão sujos e tão usados pelos doentes que, com medo de apanhar a moléstia antes mesmo de começar o trabalho com os doentes, improvisaram para si camas com gravetos e dormiam sobre eles enquanto estiveram lá.

 Começaram a dar assistência aos pobres, atendendo todo mundo, mas, sobretudo, os moribundos...

 Por falta de outros meios, os irmãos carregavam os doentes, das galés ao hospital, no colo, principalmente, os mais graves e os que estavam mais perto da morte...

 Os nossos, além dos plantões de dia, davam plantões de noite, não só para cuidar dos que estavam morrendo, mas também dos mortos, de medo que os lobos ou outros animais do descampado os devorassem.

 Quando terminavam o trabalho no Hospital da Anunciação, ao invés de descansar, iam ajudar num hospitalzinho, montado num velho casarão nas proximidades...

 Por fim, tendo morrido quase todo mundo, também os nossos deram de ficar doentes. Levados para Nápoles, apenas dois foram considerados dignos de morrer, isto é, João Batista de Gaeta e Serafim. Foram os primeiros que a nossa Congregação entregou a Deus, isto é, daqueles que morreram vítimas de epidemias ou outros contágios a serviço dos doentes”.

[Pe. Júlio Munaro – in memorian]

SCAV - Fortaleza

S. Beda Venerável Presb, MFac



S. Beda, o Venerável, Doutor da Igreja, +735

Todas as informações que temos sobre o extraordinário Beda, foram escritas por ele mesmo no livro "História da Inglaterra", um dos raros e mais completos registos da formação do povo inglês antes do século VIII, narradas assim: 

" Eu, Beda, servo de Cristo e sacerdote, e monge do mosteiro de São Pedro e São Paulo, da Inglaterra, nasci neste país. Aos sete anos fui levado ao mosteiro para ser educado pelos monges. Desde então passei toda a minha vida no mosteiro, e me dediquei sobretudo ao estudo da Sagrada Escritura. Além de cantar e rezar na Igreja, a minha maior alegria foi poder dedicar-me a aprender, a ensinar e a escrever. Aos dezenove anos fui ordenado diácono e aos trinta sacerdote. Todos os momentos livres dediquei-os à busca de explicações da Sagrada Escritura, especialmente extraídas dos escritos dos Santos Padres".

Além desses dados podemos acrescentar ainda, com segurança, que Beda nasceu no ano 672, tendo sido educado e orientado espiritualmente pelo próprio São Bento Biscop, abade do mosteiro, que impressionado com os seus dons e inteligência tratava-o como se fosse seu filho na cidade de Wearmouth.

Cedo, Beda percebeu que um sermão podia ser ouvido por apenas algumas pessoas, mas podia ser lido por milhares delas e por muitos séculos. Por isso ele desejou escrever, e escreveu muito, sem se cansar, com cuidado no seu conteúdo e estilo, resultando em livros agradáveis à leitura, verdadeiras obras literárias, sobre os mais variados temas desde o teológico ao intelectual.

Ao todo foram sessenta obras sobre: teologia, filosofia, cronologia, aritmética, gramática, astronomia, música e até medicina. Mas Beda gostava de aprender, por isso pesquisava e estudava; e gostava também de ensinar, por isso escrevia e dava aulas. Atraídos pela linguagem simples, encantadora e acessível, ajudou a formar várias gerações de monges que eram dirigidos nos ensinamentos de Deus, por meio dessas matérias.

O Papa Gregório II chamou-o a Roma, para tê-lo como seu auxiliar, mas Beda implorou permanecer na solidão do mosteiro, onde ficou até aos últimos momentos da sua vida. Só saiu por poucos dias para estabelecer as bases da Escola de York, na qual depois estudou e se formou o famoso mestre Alcuíno, fundador da primeira universidade de Paris.

Ainda em vida era chamado de "Venerável Beda", ou "Beda o Venerável". Morreu com sessenta e três anos, na paz do seu mosteiro, no dia 25 de maio de 735 em Jarrow, Inglaterra. Muitos séculos depois, pelo imensurável serviço prestado à Igreja, o Papa Leão XIII, em 1899, proclamou-o Santo e Doutor da Igreja. São Beda, único Santo inglês que possui o título de Doutor da Igreja, é celebrado no dia 25 de maio.

Fonte: http://evangelhoquotidiano.org

SCAV - Fortaleza


Sta. Maria Madalena de Pazzi Vg, MFac



Santa Maria Madalena de Pazzi, virgem, +1607

Nasceu em Florença, Itália, em 1566, de uma família distinta e foi batizada com o nome de Catherine. Foi educada no Convento de São João em Florença. Foi compelida a casar-se pelo seu pai, mas recusou-se e, com a idade de 16 anos, entrou para a Ordem das Carmelitas Descalças no Convento de Santa Maria do Anjos, em Florença, em 1582. Quando recebeu o hábito, ela escolheu o nome de Maria Madalena.

Ocupou vários cargos no convento: era extremamente capaz e por algumas vezes tornou-se Madre Superiora. Seriamente doente, experimentou vários êxtases. Após recuperar a sua saúde, praticava extremas mortificações e experimentou anos de forte consolação espiritual. Suas irmãs copiavam o que ela dizia durante os êxtases e as Atas desses êxtases foram mais tarde publicados. Eles guardam o espirito da beleza de sua vida.

Maria Madalena encontrou sua vocação na reforma de todos os estados da vida da Igreja para a conversão de todos os homens. Acreditava que o sofrimento levaria a um profundo plano espiritual e ajudaria a salvar uma alma. Maria Madalena tem a reputação de ter tido o dom da profecia, ler as mentes e fazer várias curas milagrosas durante a sua vida. Morreu em 25 de maio de 1607.
Foi canonizada em 1669 pelo Papa Clemente IX.

Fonte:http://evangelhoquotidiano.org

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S. Gregório VII Pp, MFac



S. Gregório VII, papa, +1085

Hildebrando nasceu numa família pobre na cidade de Soana, na Toscana, Itália, em 1020. Desde jovem o atraía a solidão, por isso foi para o mosteiro de Cluny e se tornou monge beneditino. Depois estudou em Laterano, onde se destacou pela inteligência e a firmeza na fé. Galgou a hierarquia eclesiástica e foi consagrado cardeal.

Tornou-se o auxiliar directo dos papas Leão IX e Alexandre II, alcançando respeito e enorme prestígio no colégio cardinalício. Assim, quando faleceu o papa Alexandre II, em 1073, foi aclamado papa pelo povo e pelo clero. Assumiu o nome de Gregório VII e deu início à luta incansável para implantar a reforma, importantíssima para a Igreja, conhecida como “gregoriana”.

Há tempos que a decadência de costumes atingia o próprio cristianismo. A mistura do poder terreno com os cargos eclesiásticos fazia enorme estrago no clero. Príncipes e reis movidos por interesses políticos nomeavam bispos, vigários e abades de forma arbitrária.

Desse modo, acabavam designando pessoas despreparadas e muitas vezes indignas de ocupar tais cargos. Reinavam as incompetências, os escândalos morais e o esbanjamento dos bens da Igreja.

Apoiado por Pedro Damião, depois santo e doutor da Igreja, o papa Gregório VII colocou-se firme e energicamente contra a situação. Claro que provocou choques e represálias dos poderosos, principalmente do arrogante imperador Henrique IV, o qual continuou a conferir benefícios eclesiásticos a candidatos indesejáveis.

O papa não teve dúvidas: excomungou o imperador. Tal foi a pressão sobre Henrique IV, que o tirano teve de humilhar-se e pedir perdão, em 1077, para anular a excomunhão, num evento famoso que ficou conhecido como “o episódio de Canossa”.

Mas o pedido de clemência era uma bem elaborada jogada política. Pouco tempo depois, o imperador saboreou sua vingança, depondo o papa Gregório VII e nomeando um antipapa, Clemente III. Mesmo assim o papa Gregório VII continuou com as reformas, enfrentando a ira do governante. Foi então exilado em Salerno, onde morreu mártir de suas reformas no dia 25 de maio de 1085, com sessenta e cinco anos.

Passou para a história como o papa da independência da Igreja contra a interferência dos poderosos políticos. Sua última frase, à beira da morte, sem dúvida retrata a síntese de sua existência: “Amei a justiça, odiei a iniquidade e, por isso, morro no exílio”.

Muitos milagres foram atribuídos à intercessão de papa Gregório VII, que teve seu culto autorizado pelo papa Paulo V em 1606.

Fonte: http://evangelhoquotidiano.org

SCAV - Fortaleza


segunda-feira, 22 de maio de 2017

BEM-AVENTURADA MARIA DOMINGAS BRUN BARBANTINI



MARIA DOMINGAS BRUN BARBANTINI

Fundadora das Irmãs Ministras dos Enfermos

Maria Domingas nasceu aos 17 de janeiro de 1789, em Lucca, na Itália. Seus pais foram Pedro Brun e Joana Granucci. O seu pai era Capitão da Guarda Suíça, na cidade de Lucca. A infância de Maria Domingas foi serena. Desde cedo, mostrou-se muito inteligente, firmeza de caráter, decidida, inclinada à oração e às obras de misericórdia e muito sensível às pessoas doentes.

Aos 18 anos, Maria Domingas deixou-se conquistar por um belo jovem, Salvador Barbantini. Casaram-se na catedral de Lucca, no dia 22 de abril de 1811, abençoados pelo tio de Maria Domingas, Padre Miguel Granucci. No mês de setembro do mesmo ano, durante uma festa, Salvador sofreu um ataque cardíaco fulminante, morrendo ali mesmo, sem conhecer o filho que Maria Domingas carregava no seu ventre.

Em fevereiro de 1812, nascia-lhe o filho, Lourenço. Todo carinho e estima foi dado àquela criança. Sua mãe, Maria Domingas, ia educando o tesouro que o céu lhe dera. Quando lhe parecia tudo bem, sobreveio uma segunda prova dolorosa: Maria Domingas perde seu filho. Lourenço morreu com oito anos de idade, no dia 29 de junho de 1820. A sua enfermidade durou pouco menos de 42 horas, as quais sua mãe passou ao seu lado. 

Nesses dois momentos de grandes perdas, a do seu marido e a do seu filho, Maria Domingas foi uma mulher de muita fibra e vigor. Sua força estava no Senhor. Sempre depositou sua vida inteira sob a vontade divina. Ela pode ser comparada com pessoas como Teresa de Jesus e Joana Francisca de Chantal, pois foram mulheres provadas no sofrimento.

Desde mocinha, Maria Domingas foi orientada espiritualmente por um Padre de nome André del Prete. Foi ele quem estimulou e animou Maria Domingas nas horas difíceis de sua vida, especialmente, nas perdas. Encorajou-a na prática das obras de misericórdia.

Na cidade de Lucca, em 1824, chegaram as Irmãs Visitandinas (da Visitação), para fixar morada naquele lugar. Maria Domingas as assistiu bem de perto, estava na cerimônia de boas-vindas e fez grandes doações e ajuda para as Irmãs da Visitação. 

Quando seu filho ainda era vivo, Maria Domingas foi líder de uma associação caritativa, a qual assistia aos enfermos em casa. Contava com ajuda de outras senhoras. A associação chamava-se Pia União da Caridade, sob a proteção de Nossa Senhora das Dores e São Camilo de Lellis. 

Após certo tempo de dedicação aos enfermos, de oração e consultas a alguns conselheiros, Maria Domingas decide fundar uma Congregação que se dedicasse exclusivamente à assistência dos enfermos. Bem sabia ela que para dar vida a uma Congregação era preciso de pessoas que se identificassem com o serviço. Na ocasião, recordou de duas senhoras: Ana Gini e Catarina Signori, ambas foram membros da Associação da Caridade.

Uma vez unidas, no dia 2 de fevereiro de 1829, dia da conversão de São Camilo, foi dado início à obra caritativa de Maria Domingas, inicialmente com o nome de Pia União das Irmãs Oblatas Enfermeiras de Maria Santíssima e de São Camilo de Lellis. Obra tal nascia da paixão pelos doentes, pobres e abandonados.

Sempre muito dedicada e perspicaz, Maria Domingas reuniu em sua casa as companheiras para organizar as diretrizes da Congregação que emergia e chegaram à formulação das primeiras Constituições. Essas foram levadas pelo clero de Lucca. Depois foram encaminhadas à apreciação do Arcebispo, Dom João Domingo Stefanelli, o qual, depois de um aguçado exame, no dia 5 de agosto de 1814, aprovou-as.

As Irmãs, precedidas pela Fundadora Maria Domingas, emitiram seus primeiros votos em 15 de agosto, Festa da Assunção de Nossa Senhora. O Hábito religioso só foi introduzido 14 anos mais tarde, por volta de 1855. Nesta época a Congregação já era conhecida como Congregação Religiosa das Irmãs Ministras dos Enfermos de São Camilo de Lellis.

É interessante notar que antes de Maria Domingas Brun Barbantini se retirar por terra fez muitas boas obras. Além de ajudar na fundação das Irmãs da Visitação, em Luca, também ajudou outras fundações, como: das Irmãs Dorotéias (as primeiras religiosas a chegar ao Brasil e em Portugal entre janeiro e junho de 1866), como também a Obra da Doutrina Cristã. Mas a Congregação do coração dela era a qual se considerava a Fundadora, as Irmãs Ministras dos Enfermos de São Camilo.

No ano de 1860, o vigor de Maria Domingas vai-se esmorecendo, porém não cessa seu trabalho. Oito anos mais tarde, no dia 19 de maio, após a missa, na vila de Mammoli, sentiu-se muito fraca. Por recomendação médica, foi levada às pressas para Luca, onde haveria melhores recursos. Não havia mais nada a fazer. Era chegada a hora da sua partida. No dia 21 recebeu o Santo Viático. No outro dia, depois de algumas palavras e recomendações às suas Irmãs e companheiras, Maria Domingas faleceu, era dia 22 de maio de 1868.

A Fundadora das Irmãs Ministras dos Enfermos, Maria Domingas Brun Barbantini, foi beatificada no dia 7 de maio de 1995, por sua Santidade o Papa João Paulo II, na Praça São Pedro. Atualmente encontram-se espalhadas em várias cidades da Itália, como também noutros países: Albânia, Brasil, Chile, Filipinas, Haiti, Quênia, Taiwan e Tailândia. 

Cabem-nos ainda duas últimas informações. A primeira: Aqui no Brasil as Irmãs Ministras dos Enfermos chegaram em 1949, aportaram em Salvador-BA, onde assumiram os serviços do Hospital Juliano Moreira (lugar onde viveu Castro Alves). A segunda: Maria Domingas decide dedicar o nome da Congregação a São Camilo, além de todo o serviço que vinha desenvolvendo, mas deve-se também a um encontro que teve com o Padre Antonio Scalabrini, camiliano (1774-1864), em Lucca, no ano de 1828.

ORAÇÃO: Ó Bem-Aventurada Maria Domingas, que foste esposa, mãe, viúva e religiosa, nós recorremos a ti. Tu que és consoladora dos aflitos, mãe dos enfermos, roga pelos doentes e por todos os que sofrem. Tu que experimentaste alegrias, dores e perdas em teu próprio lar e, como Maria das Dores, te mantiveste firme, entendendo o amor nas entrelinhas da dor, roga por nossas famílias. Sê nossa mediadora junto à Santíssima Trindade, concedendo-nos a graça que necessitamos [...] Ajuda-nos a acolher na fé o que não conseguimos compreender. Dá-nos cultivar o espírito de entrega e de confiança Naquele que tudo pode. Amém.

Bem-Aventurada Maria Domingas, rogai por nós.

[Pe. Gilmar Antônio Aguiar, M.I.]

SCAV - Fortaleza



sábado, 13 de maio de 2017

Papa proclama em Fátima santidade dos pastorinhos Jacinta e Francisco Marto




A primeira canonização em Portugal. São as primeiras crianças não mártires santificadas pela Igreja

Íntegra da homilia do Papa na canonização de Francisco e Jacinta MartoNa misa na manhã de sábado 13 de maio em Fátima


(ZENIT – Roma, 13 maio 2017). Texto completo da homilia pronunciada pelo Papa Francisco ma missa de canonização de Francisco e Jacinta Marto, na manhã de sábado 13 de maio, em Fátima:

«Apareceu no Céu (…) uma mulher revestida de sol»: atesta o vidente de Patmos no Apocalipse (12, 1), anotando ainda que ela «estava para ser mãe». Depois ouvimos, no Evangelho, Jesus dizer ao discípulo: «Eis a tua Mãe» (Jo 19, 26-27). Temos Mãe! Uma «Senhora tão bonita»: comentavam entre si os videntes de Fátima a caminho de casa, naquele abençoado dia treze de maio de há cem anos atrás. E, à noite, a Jacinta não se conteve e desvendou o segredo à mãe: «Hoje vi Nossa Senhora». Tinham visto a Mãe do Céu. Pela esteira que seguiam os seus olhos, se alongou o olhar de muitos, mas… estes não A viram. A Virgem Mãe não veio aqui, para que A víssemos; para isso teremos a eternidade inteira, naturalmente se formos para o Céu.

Mas Ela, antevendo e advertindo-nos para o risco do Inferno onde leva a vida – tantas vezes proposta e imposta – sem-Deus e profanando Deus nas suas criaturas, veio lembrar-nos a Luz de Deus que nos habita e cobre, pois, como ouvíamos na Primeira Leitura, «o filho foi levado para junto de Deus» (Ap 12, 5). E, no dizer de Lúcia, os três privilegiados ficavam dentro da Luz de Deus que irradiava de Nossa Senhora. Envolvia-os no manto de Luz que Deus Lhe dera. No crer e sentir de muitos peregrinos, se não mesmo de todos, Fátima é sobretudo este manto de Luz que nos cobre, aqui como em qualquer outro lugar da Terra quando nos refugiamos sob a proteção da Virgem Mãe para Lhe pedir, como ensina a Salve Rainha, «mostrai-nos Jesus».

Queridos peregrinos, temos Mãe. Agarrados a Ela como filhos, vivamos da esperança que assenta em Jesus, pois, como ouvíamos na Segunda Leitura, «aqueles que recebem com abundância a graça e o dom da justiça reinarão na vida por meio de um só, Jesus Cristo» (Rm 5, 17). Quando Jesus subiu ao Céu, levou para junto do Pai celeste a humanidade – a nossa humanidade – que tinha assumido no seio da Virgem Mãe, e nunca mais a largará. Como uma âncora, fundeemos a nossa esperança nessa humanidade colocada nos Céus à direita do Pai (cf. Ef 2, 6). Seja esta esperança a alavanca da vida de todos nós! Uma esperança que nos sustente sempre, até ao último respiro.

Com esta esperança, nos congregamos aqui para agradecer as bênçãos sem conta que o Céu concedeu nestes cem anos, passados sob o referido manto de Luz que Nossa Senhora, a partir deste esperançoso Portugal, estendeu sobre os quatro cantos da Terra. Como exemplo, temos diante dos olhos São Francisco Marto e Santa Jacinta, a quem a Virgem Maria introduziu no mar imenso da Luz de Deus e aí os levou a adorá-Lo. Daqui lhes vinha a força para superar contrariedades e sofrimentos. A presença divina tornou-se constante nas suas vidas, como se manifesta claramente na súplica instante pelos pecadores e no desejo permanente de estar junto a «Jesus Escondido» no Sacrário.

Nas suas Memórias (III, n. 6), a Irmã Lúcia dá a palavra à Jacinta que beneficiara duma visão: «Não vês tanta estrada, tantos caminhos e campos cheios de gente, a chorar com fome, e não tem nada para comer? E o Santo Padre numa Igreja, diante do Imaculado Coração de Maria, a rezar? E tanta gente a rezar com ele?» Irmãos e irmãs, obrigado por me acompanhardes! Não podia deixar de vir aqui venerar a Virgem Mãe e confiar-lhe os seus filhos e filhas. Sob o seu manto, não se perdem; dos seus braços, virá a esperança e a paz que necessitam e que suplico para todos os meus irmãos no Batismo e em humanidade, de modo especial para os doentes e pessoas com deficiência, os presos e desempregados, os pobres e abandonados. Queridos irmãos, rezamos a Deus com a esperança de que nos escutem os homens; e dirigimo-nos aos homens com a certeza de que nos vale Deus.

Pois Ele criou-nos como uma esperança para os outros, uma esperança real e realizável segundo o estado de vida de cada um. Ao «pedir» e «exigir» o cumprimento dos nossos deveres de estado (carta da Irmã Lúcia, 28/II/1943), o Céu desencadeia aqui uma verdadeira mobilização geral contra esta indiferença que nos gela o coração e agrava a miopia do olhar. Não queiramos ser uma esperança abortada! A vida só pode sobreviver graças à generosidade de outra vida. «Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto» (Jo 12, 24): disse e fez o Senhor, que sempre nos precede. Quando passamos através dalguma cruz, Ele já passou antes. Assim, não subimos à cruz para encontrar Jesus; mas foi Ele que Se humilhou e desceu até à cruz para nos encontrar a nós e, em nós, vencer as trevas do mal e trazer-nos para a Luz.

Sob a proteção de Maria, sejamos, no mundo, sentinelas da madrugada que sabem contemplar o verdadeiro rosto de Jesus Salvador, aquele que brilha na Páscoa, e descobrir novamente o rosto jovem e belo da Igreja, que brilha quando é missionária, acolhedora, livre, fiel, pobre de meios e rica no amor.

A biografia dos dois pequenos santos

O bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto as apresentou hoje na Cova da Iria


(ZENIT -Roma, 13 Maio 2017).- O bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, apresentou hoje na Cova da Iria a biografia oficial para a cerimónia de canonização dos Santos Francisco e Jacinta Marto, os mais novos dos pastorinhos.

Os irmãos Francisco Marto e Jacinta Marto são os mais novos dos sete filhos de Manuel Pe- dro Marto e Olímpia de Jesus, naturais do lugar de Aljustrel, paróquia de Fátima, da diocese de Leiria-Fátima.

Francisco nasceu em 11 de junho de 1908 e foi batizado no dia 20 desse mês, na igreja pa- roquial de Fátima. Jacinta Marto nasceu em 5 de março de 1910, tendo sido batizada no dia 19 desse mês, também na igreja paroquial de Fátima.

Cresceram num ambiente familiar e social modesto, profundamente cristão.

A sua educação cristã simples, mas sólida, teve como principais agentes seus pais, que foram para eles um exemplo de fé comprometida, de respeito por todos, de caridade para com os pobres e os necessitados. Ainda muito novos, começaram a pastorear o rebanho da família: Francisco tinha 8 anos e Jacinta 6. Passavam grande parte dos dias na tarefa de acompanhar as ovelhas, juntamente com sua prima Lúcia.

Em 1916, na primavera, no verão e no outono, veem o Anjo da Paz. Entre maio e outubro de 1917, em cada dia 13 (em agosto, no dia 19) foram visitados pela Virgem Maria, a Senhora do Rosário. Na primeira aparição, em 13 de maio de 1917, a Santíssima Virgem fez-lhes um convite: «Quereis oferecer-vos a Deus?». Com sua prima, Lúcia, responderam: «Sim, queremos». A partir dessa data viveram as suas vidas entregues a Deus e aos Seus desígnios de misericórdia.

Do perfil de Francisco sobressai o seu jeito pacífico e sereno. A partir das aparições do Anjo e de Nossa Senhora desenvolverá um estilo de vida caracterizado pela adoração e pela contemplação. Sempre que podia, refugiava-se num lugar isolado para rezar. Frequentemente, passava longas horas no silêncio da igreja paroquial, junto ao sacrário, para fazer companhia a «Jesus escondido». Na sua intimidade com Deus, Francisco entrevê um Deus triste face aos sofrimentos do mundo; sofre com Ele e deseja consolá-lo.

Sendo o mais contemplativo dos três videntes, a sua vida de oração alimenta-se da escuta atenta do silêncio em que Deus fala. Deixa-se habitar pela presença indizível de Deus – «Eu sentia que Deus estava em mim, mas não sabia como era!» – e é a partir dessa presença que acolhe os outros na oração.

Em outubro de 1918 adoece, vítima da epidemia broncopneumónica. No dia 2 de abril de 1919 confessa-se e no dia 3 de abril recebe o viático. No dia seguinte, em 4 de abril, pelas 22.00 horas, morre serenamente em sua casa, rodeado pelos seus familiares.

Foi sepultado no cemitério de Fátima, em 5 de abril de 1919. Em 13 de março de 1952 os seus restos mortais foram trasladados para a Basílica de Nossa Senhora do Rosário, no Santuário de Fátima.

Jacinta tinha um caráter carinhoso e expansivo. Tocada pelas aparições do Anjo e da Mãe de Deus deixa-se impressionar, sobretudo, pelo sofrimento dos «pobres pecadores» e pela missão e sofrimento do Santo Padre. De facto, após esses encontros com o Céu, vive completamente esquecida de si, oferecendo orações e sacrifícios para o bem de todos quantos sofrem. A sua espiritualidade é caracterizada pela entrega generosa de si, como um dom para os demais.

Expressa frequentemente o desejo de partilhar com todos o amor ardente que sentia pelos corações de Jesus e de Maria. Todos os pequenos gestos do seu dia, inclusive as contrariedades na doença, eram motivo de oferta a Deus pela conversão dos pecadores e pelo Santo Padre. Partilhava a sua merenda com os pobres, oferecendo o jejum em sacrifício como sinal da sua disponibilidade para ser totalmente de Deus. Característica fundamental da sua espiritualidade era a compaixão, especialmente pelos que sofriam e pelos que viviam afastados de Deus.

No final do ano de 1918, Jacinta adoece com a epidemia broncopneumónica. Em janeiro de 1920 é levada para Lisboa, para ser tratada no Hospital D. Estefânia. Na noite do dia 20 de fevereiro, às 22h30 morre, sozinha. É sepultada em 24 de fevereiro, no cemitério de Ourém. Em 12 de setembro de 1935 os seus restos mortais são trasladados para o cemitério de Fátima e em 1 de maio de 1951 para a Basílica de Nossa Senhora do Rosário, no Santuário de Fátima.

Os traços de espiritualidade dos dois irmãos assumem uma vocação inseparavelmente contemplativa e compassiva, que os leva a ser espelho da luz de Deus na prática das boas obras.

Francisco e Jacinta Marto foram beatificados por S. João Paulo II, em Fátima, em 13 de maio de 2000.

Recentemente, Vossa Santidade autorizou que a Congregação para as Causas dos Santos promulgasse o decreto do milagre atribuído à intercessão dos Beatos Francisco e Jacinta. Por fim, no consistório de 20 de abril deste ano, Vossa Santidade estabeleceu a data da Canonização destes mais jovens beatos da história da Igreja para este dia 13 de maio de 2017, durante a peregrinação ao Santuário de Fátima, na celebração do Centenário das Aparições da Santíssima Virgem, Senhora do Rosário.

Fonte: Zenit.org

SCAV - Fortaleza

Nossa Senhora de Fátima, MFac





Nossa Senhora de Fátima, graça e misericórdia

A Virgem de Fátima nos convoca à vivência do Evangelho, centralizado no mistério da Eucaristia


Segundo as memórias da Irmã Lúcia, podemos dividir a mensagem de Fátima em três ciclos: Angélico, Mariano e Cordimariano.

O Ciclo Angélico se deu em três momentos: quando o anjo se apresentou como o Anjo da Paz, depois como o Anjo de Portugal e, por fim, o Anjo da Eucaristia.

Depois das aparições do anjo, no dia 13 de maio de 1917, começa o ciclo Mariano, quando a Santíssima Virgem Maria se apresentou mais brilhante do que o sol a três crianças: Lúcia, 10 anos, modelo de obediência e seus primos Francisco, 9, modelo de adoração e Jacinta, 7, modelo de acolhimento.

Na Cova da Iria aconteceram seis aparições de Nossa Senhora do Rosário. A sexta, sendo somente para a Irmã Lúcia, assim como aquelas que ocorreram na Espanha, compondo o Ciclo Cordimariano.

Em agosto, devido às perseguições que os Pastorinhos estavam sofrendo por causa da mensagem de Fátima, a Virgem do Rosário não pôde mais aparecer para eles na Cova da Iria. No dia 19 de agosto ela aparece a eles então no Valinhos.

Algumas características em todos os ciclos: o mistério da Santíssima Trindade, a reparação, a oração, a oração do Santo Rosário, a conversão, a consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria. Enfim, por intermédio dos Pastorinhos, a Virgem de Fátima nos convoca à vivência do Evangelho, centralizado no mistério da Eucaristia. A mensagem de Fátima está a serviço da Boa Nova de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A Virgem Maria nos convida para vivermos a graça e a misericórdia. A mensagem de Fátima é dirigida ao mundo, por isso, lá é o Altar do Mundo.

Expressão do Coração Imaculado de Maria que, no fim, irá triunfar é a jaculatória ensinada por Lúcia: “Ó Meu Jesus, perdoai-nos e livrai-nos do fogo do Inferno, levai as almas todas para o Céu; socorrei principalmente as que mais precisarem!”

Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós!

Fonte: santo.cancaonova.com

SCAV - Fortaleza


terça-feira, 9 de maio de 2017

Despertar vocacional


O DESPERTAR VOCACIONAL é um caminho que precisamos trilhar a fim de levar uma vida feliz. Este caminho é composto por algumas fases, como assinalamos a seguir.

ESCUTAR: É preciso estar atento à voz de Jesus que fala de diversos modos. Pode ser durante uma missa, através da homilia; numa palavra proclamada que salta ao coração; ao ler a Bíblia antes de ir dormir. Jesus é capaz de falar ao coração de maneira inesperada. Mas escutar o que ele fala não é tudo, é preciso responder Àquele que fala, ou seja, participar ativamente do despertar vocacional. Somente quem arrisca é que dá chance a si mesmo de despertar a própria vocação. Essa atitude ajuda a descobrir a vida plena. Vale a pena fazer este caminho. 

PERSEVERAR: Jesus não se cansa de chamar. Em Sua Igreja sempre há lugar para servir. Aquele que escutar a voz do Senhor precisa manter viva esta chama interior. Não deixar que outras vozes ocupem o lugar da voz de Jesus. Para isso existem meios concretos. Por exemplo, se inserir numa das diversas pastorais na Igreja.

OBSERVAR: Olhando com amor para a história de vida, procurar descobrir os momentos onde Jesus falou ao coração de modo mais intenso. Este autoconhecimento é indispensável no processo de discernimento vocacional. Tal dinâmica nunca acontece num “mundinho” fechado, ao invés, ela se dá em diversos níveis de convivência: familiar, escolar, comunidade paroquial, grupo de amigos, local de trabalho etc. Jesus fala através das pessoas que estão ao nosso lado.

ORAR: Finalmente, o processo de discernimento vocacional não pode ser feito sem oração. A oração é um meio privilegiado de crescimento espiritual que nos proporciona intimidade maior com Jesus e desperta nosso coração para as necessidades dos que sofrem. Mas como se aprende a orar? Orar se aprende orando. Ainda que às vezes o cansaço ou uma secura interior dê a impressão de que Jesus está distante, não desistas da oração. Jesus está ao seu lado, ou melhor, em seu interior. Basta silenciar o coração e deixar que ele fale: “Vem e segue-me”(Mt 19,21).

SAV - Fortaleza

Santos Anjos da Guarda, memória

Santos Anjos da Guarda Os Anjos são antes de tudo os mediadores das mensagens da verdade Divina, iluminam o espírito com a luz inte...