sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Nota sobre a Oração



Oração Cristã

Em nosso tempo, imbuído por uma cultura mediática, globalizada, barulhenta, consumista e hedonista os cristãos enfrentam dificuldades para orar, ou seja, não encontram tempo para Deus, logo, passam a comportar-se como se Deus não existisse. Entretanto, neste cenário, observa-se ‘a necessidade de recolhimento espiritual e dum profundo contato com o mistério divino’.

Os métodos tradicionais de meditação da ‘genuína tradição da Igreja’ caem em desuso. Em grandes linhas, a Carta acerca de alguns aspectos da meditação cristã, de 15 de outubro de 1989, para esclarecer a natureza íntima da oração cristã formula uma premissa – ‘A oração cristã é sempre determinada pela estrutura da fé cristã, na qual resplandece a verdade mesma de Deus e da criatura’ – no princípio e na base da oração cristã está a fé, que é dom Deus, que determina e dá consistência ao ‘diálogo pessoal, íntimo e profundo, entre o homem e Deus’. 

Esse relacionamento pessoal entre Deus e o ser humano tem sua plenitude no amor, revelado em Jesus Cristo, pois, existe uma estreita relação entre revelação e oração. Todavia, é preciso reconhecer, que já nos primeiros séculos, a Igreja enfrentou modos errôneos de rezar: a pseudo-gnose (certo exagero sobre assuntos importantes, ex.: questões ecológicas, pecado, graça etc); e o messilianismo (risco de reduzir a oração à emotividade). Quiçá, para nós, segundo o Catecismo, devemos lutar contra a distração, a aridez, a falta de fé e a acídia, que são dificuldades para a oração e devem ser combatidas pela vigilância e sobriedade de coração (n. 2730).

A condição primeira do orante é reconhecer-se criatura, ‘o homem é essencialmente criatura e tal permanece para sempre’. Isso não desmerece sua pessoa, mas, fundamentalmente, cria o lugar de oração, pois, o arquétipo da oração é o Filho de Deus, no qual e pelo qual fomos criados (cf. Cl 1, 16). Jesus aprendeu a rezar segundo a oração ensinada e aprendida na casa de Nazaré. A relação filial com Deus, necessariamente no move ao próximo, porque, na base do agir cristão está a experiência do amor de Deus.

O Amor é Deus-Trindade, uma só Natureza em Três Pessoas, que nos amou por primeiro para que conhecendo o amor possamos viver nossa vocação na fé, na esperança e na caridade. Desse modo, alimentar nossa relação pessoal com Deus, como fez a mulher samaritana (cf. Jo 4). A oração cristã não é simplesmente repetir fórmulas prontas, que tem seu valor, no entanto, bem mais que ressoar tais formulações é criar espaço para que o Espírito, dom primeiro de Deus, suscite uma oração sincera, verdadeira, livre e espontânea, que brota do coração, como resposta humana e acolhimento a palavra de Deus que vem a nós, haja vista, que a real importância não está na palavra, em si, mas em quem nos dá a palavra. 

Sugestão: Visite a Capela Virtual no portal dos Padres e Irmãos Camilianos, acesse www.camilianos.org.br

[Pe. Gilmar Antônio Aguiar, M.I.]

SAV - Equipe

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