Pedro, "centro visível de comunhão"
«Todos nós, embora pequenos (…) temos um lugar e uma missão na Igreja: ela é uma comunidade de vida, feita de muitas pedras, todas diferentes, que formam um único edifício, sob o sinal da fraternidade e da comunhão» – foi nestes termos que o papa Francisco comentou a página do evangelho lida na missa deste domingo 27 de agosto de 2017, antes do ângelus do meio-dia, da janela do escritório que dá para a praça de S. Pedro.
O papa também evocou a missão de Pedro e dos seus sucessores para a unidade: « é uma pequena pedra, mas tomada por Jesus, torna-se centro de comunhão ».
O papa Francisco também lançou um apelo em favor da minoria dos Rohingyas do Myanmar, denunciando uma perseguição.
O papa Francisco também lançou um apelo em favor da minoria dos Rohingyas de Myanmar, denunciando uma «perseguição».
Ele exprimiu a sua proximidade às populações do Bengala Desh, do Nepal e de Índia, atingidos por inundações mortíferas, devidas a uma monção que já fez centenas de mortos e milhares de deslocados.
Depois do Angelus, o papa Francisco recebeu, como nos dois anos anteriores, os participantes do Congresso da Rede Internacional dos legisladores católicos, baseados em Áustria, acompanhados do Cardeal Christoph Schönborn, na sala Clementina do Vaticano.
AB
Antes do angelus
Caros irmãos e irmãs, bom dia !
O evangelho deste domingo (Mt 16, 13-20) relata-nos uma passagem chave do caminho de Jesus com os seus discípulos: o momento em que ele quer verificar a que ponto está a sua fé n’Ele. Antes, ele quer saber o que as pessoas pensam dele. E as pessoas pensam que Jesus é um profeta, o que é verdade, mas eles não entendem o centro da sua pessoa nem da sua missão.
Em seguida, Jesus coloca a questão aos seus discípulos, que para ele é a mais importante, quer dizer, que ele lhes pergunta diretamente: Mas vós quem dizeis vós que eu sou? (v.15). Por este “mas” Jesus distingue claramente os apóstolos da multidão, o que equivale a dizer: mas vós, que estais comigo todos os dias, e que me conheceis de perto, o que é que vós entendestes mais? O mestre espera dos seus discípulos uma resposta elevada e diferente das opiniões da opinião pública.
E, na verdade, uma resposta deste tipo brota do coração de Simão chamado Pedro: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (v.16).
Simão Pedro não compreendeu plenamente o alcance de suas palavras, palavras que não vêm das suas capacidades naturais. Talvez ele não tivesse feito a escola elementar e foi capaz de dizer estas palavras, mais fortes que ele! Mas elas são inspiradas pelo Pai celeste (cf. V. 17), que revela ao primeiro dos Doze a verdadeira identidade de Jesus: ele é o Messias, o Filho enviado por Deus para salvar a humanidade. Graças a essa resposta, Jesus compreende, que graças à fé dada pelo Pai, ele tem um fundamento sólido sobre o qual ele pode construir a sua comunidade, a sua Igreja. É por isso que diz a Simão: Tu és Pedro – quer dizer, rocha – e sobre esta pedra construirei a minha Igreja (v.18).
Hoje, também connosco, Jesus quer continuar a construir a sua Igreja, essa Igreja com fundamentos sólidos mas onde não faltam fissuras e que tem necessidade continuamente de ser reparada, como no tempo de Francisco de Assis.
É certo, que, não nos sentimos como rochas, mas somente como pequenas pedras. Mas uma pequena nunca é inútil, pelo contrário, nas mãos de Jesus ela torna-se preciosa, porque ele toma-a, olha-a com uma grande ternura, trabalha-a pelo seu Espírito e coloca-a no bom sítio, onde Ele a tinha pensado desde sempre, e onde ela pode ser útil a toda a construção. E todos nós, embora pequenos, nos tornamos “pedras vivas”, porque quando Jesus toma na mão a pedra, a faz sua, a faz viva, cheia de vida, cheia de vida pelo Espírito Santo, cheia de vida pelo seu amor, e é assim que temos um lugar e uma missão na Igreja. Ela é uma comunidade de vida, feita de tantas pedras, todas diferentes, que formam um único edifício, sob o sinal da fraternidade e da comunhão.
Além disso, o evangelho de hoje nos recorda que Jesus quis também para a sua Igreja um centro visível de comunhão, em Pedro – ele também não é uma grande pedra, é uma pedra pequena, mas tomada por Jesus, ela torna-se centro de comunhão -, em Pedro e nos que lhe sucederam na mesma responsabilidade da primazia, que, desde as origens, forma identificados com os bispos de Roma, a cidade onde Pedro e Paulo, deram o seu testemunho pelo sangue.
Confiemo-nos a Maria, Rainha dos Apóstolos, Mãe da Igreja. Ela encontrava-se no Cenáculo, ao lado de Pedro, quando o Espírito desceu sobre os Apóstolos e os impeliu a saírem, a anunciarem a todos que Jesus é o Senhor. Que hoje a nossa Mãe nos apoie e nos acompanhe pela sua intercessão, para que realizemos plenamente essa unidade e essa comunhão pelas quais o Cristo e os Apóstolos rezaram e deram a sua vida.
Angelus Domini… [O anjo do Senhor…]
Depois do Angelus
Caros irmãos e irmãs,
Nestes últimos dias, grandes inundações atingiram o Bangladesh, o Nepal e a Índia. Exprimo a minha proximidade às populações e rezo pelas vítimas e por todos os que sofrem por causa desta calamidade.
Chegaram até nós notícias tristes sobre a perseguição da minoria religiosa dos nossos irmãos Rohingyas. Quero exprimir-lhes toda a minha proximidade. E todos nós pedimos ao Senhor de os salvar, e de suscitar homens e mulheres de boa vontade para virem em sua ajuda, que lhes deem os seus plenos direitos. Rezemos também pelos nossos irmãos Rohingyas.
Saúdo-vos a todos, fiéis de Roma e peregrinos de Itália e de diferentes países: as famílias, os grupos paroquiais, as associações.
Saúdo em especial, os membros da Ordem Terceira Carmelita; os jovens de Tombelle (diocese de Pádua) – mas vós estais cheios de ardor, vós que há pouco tempo recebestes a Confirmação!, e o grupo de Lodivecchio: eles são fixes, porque percorreram a pé, em peregrinação, a última parte da Via Francigena. Sede também fixes na vida!
Desejo a todos um bom domingo. Peço-vos que não se esqueçam de rezar por mim.
Bom almoço e adeus!
Fonte: zenit.org
SCAV - Fortaleza
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