26 de setembro - Bem-aventurado Luís Tezza, presbítero e fundador
Luís Tezza nasceu em 1º de novembro de 1841, na cidade de Conegliano, na Itália. Sua família era muito religiosa e gozava de boa situação financeira. Seus pais chamavam-se Augusto e Catarina Nedwiedt. Seu pai era médico e sua mãe era uma santa mulher, ocupada com os cuidados de casa. Devido questões de trabalho de Augusto, a família muda-se para Veneza, e Tezza foi exercer medicina no hospital São João e São Paulo de Veneza. Passado um ano e meio, Augusto novamente é transferido. Dessa vez para um município de Veneza, para onde levou sua família.
O pequeno Luís amava e admirava muito seu pai Augusto, pois era um homem muito bom. No exercício de sua profissão, Augusto foi capaz de curar e confortar a muitas pessoas doentes. O exemplo dele mais tarde refletiu na vida de seu filho. Quando Luís tinha oito anos de idade, seu pai faleceu, no dia 11 de janeiro de 1850. Com a morte de Augusto, o pequeno Luís e sua mãe retornam para a cidade natal, Conegliano, permanecendo juntos dos parentes e familiares.
Ali o jovem Luís começou os estudos fundamentais. Em certa ocasião, ainda bem jovenzinho, ele escreveu ao Padre Luís Artini, camiliano, superior da Casa Santa Maria del Paradiso, em Verona. O jovem manifestava o desejo de conhecer o carisma e a espiritualidade camiliana e conversar pessoalmente com o Padre Artini. Na verdade, Luís Tezza buscava discernir sua vocação. No dia 29 de outubro de 1856, Catarina acompanha seu filho à comunidade de Santa Maria del Paradiso. Ali iniciava sua formação religiosa, sob a orientação do Padre Artini.
Uma vez separada de Luís, sentindo-se muito sozinha, Catarina, no dia 31 do mesmo mês, ingressou no mosteiro da Visitação. Renunciou a todos os bens, doando-os aos pobres e ao Instituto que a acolhera. No dia 21 de agosto de 1857, Catarina recebeu o hábito das Monjas da Visitação do Mosteiro de Pádua, cerimônia na qual o religioso camiliano Luís Tezza estava presente. Sua mãe morreu no dia 2 de agosto de 1880.
Quando contava com 18 anos de idade, Luís emitiu a profissão Religiosa perpétua, em 8 de dezembro de 1858, aos 23 anos. No dia 21 de maio de 1864, foi ordenado presbítero. Padre Luís Tezza muito jovial, inteligente e bondoso inicia seu apostolado. Desempenhou serviços difíceis e delicados: Mestre de noviços, Superior Provincial, Vigário Geral etc.
Em 1866, padre Tezza viveu momentos complicados com a lei de supressão das Ordens e Congregações Religiosas. Ele sempre alimentou o afã pelas missões. Teve convite para um projeto de missões, por meio do missionário Daniel Comboni, hoje Bem-aventurado. Por obediência aos seus superiores, recusou o convite. Após essa recusa, ele foi mandado para Roma e nomeado Vice Mestre de Noviços, em 1869. Um ano depois foi nomeado Vice Provincial da Província Francesa.
Depois de três anos depois, voltou para Roma e com ele, vários religiosos e noviços. Saíram expulsos da França. Todos foram acolhidos em Verona. Padre Tezza retorna à França em 19 de abril de 1881, onde ocupou a função de Superior de Lille e, em 1885, foi feito Superior Provincial. Após quatro anos, em 1889, durante a celebração do 36º Capítulo Geral da Ordem, foi eleito Consultor Geral. Nessa época já pensava em formar uma Congregação feminina, sob o espírito de São Camilo.
No mês de dezembro de 1891, Padre Luís Tezza foi assessorar um retiro espiritual no convento das Irmãs de Nossa Senhora do Cenáculo. Dentre as participantes estava a jovem Judite, mais tarde, Madre Josefina Vannini.
Com a autorização do Cardeal Vigário, no dia 2 de fevereiro de 1892, na Capela da Casa Geral dos Camilianos, em Roma, o Padre João Mattis, Superior Geral, conferiu à Judite e duas companheiras o escapulário e a cruz vermelha de São Camilo. Toda a cerimônia foi assistida e apoiada profundamente pelo Padre Tezza. Aquele momento foi o marco de um sonho, ele via nascer a Congregação Filhas de São Camilo.
No dia 26 de abril de 1900, o Padre Tezza e o Padre Ângelo Ferroni foram enviados à Comunidade de Lima, Peru. Chegaram no dia 19 de junho do mesmo ano. Com alguns anos de atividade em Lima, os Padres Tezza e Ferroni deveriam regressar a Roma. Mas atendendo ao pedido do Núncio de Lima, Padre Tezza permanece e Padre Ferroni voltou à Roma. Padre Luís Tezza foi nomeado pela Autoridade Eclesiástica de Lima confessor do Seminário Central da Arquidiocese e de muitos outros, como também atendeu várias Ordens de vida contemplativa.
Depois de uma vida toda entregue ao serviço da caridade para com os doentes e necessitados, no dia 26 de setembro de 1923, em Lima, na Casa de Santa Maria da Boa Morte, Padre Luís Tezza faleceu. A cidade de Lima ficou consternada pela grande perda que o santo de Lima causava. Ficou conhecido como “Apóstolo de Lima”. No dia 28 de novembro de 1947, seu corpo foi exumado e levado para Buenos Aires. Seus restos mortais foram colocados na Capela da Casa Provincial das Filhas de São Camilo, no dia 20 de fevereiro de 1948.
O Padre Luís Tezza foi proclamado Bem-aventurado no dia 4 de novembro de 2001, por sua Santidade o Papa João Paulo II.
[Pe. Gilmar Antônio Aguiar, M.I.]
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