segunda-feira, 23 de abril de 2012

A Presença do Cristo no meio de nós


Como pode apenas um olhar, um gesto, uma palavra mudar vidas? Como pode alguém dar a sua própria vida mesmo por aqueles que o amou e odiou? Que amor é este, que não faz distinção de cor, nem de raça e muito menos de sexo? Mas que simplesmente amou e ama aquilo que é humano.
Que homem é este? Em que a sua presença era motivo de alegria para uns, e motivo de desordem e tristeza para outros. Este homem era o “Cristo Jesus”.
Às vezes me pergunto como seria a sensação de está na presença de Jesus? E percebo que seria uma coisa inexplicável, pois a finalidade da experiência com a sua pessoa, não é para poder explicá-la, mas sim para senti-la. Isso porque, a intimidade com a sua presença leva-nos a uma profunda análise de vida. Esta experiência pode nos alegrar, ou nos entristecer, pelo fato de que ela tocará a nossa ferida interior. Pois a ferida exterior não nos dói tanto, quanto a interior.

Assim mesmo que curemos o ferimento exterior, o interior continua sangrando e necessitando de curativo, este por sua vez requer uma maior importância e delicadeza com a pessoa humana. Esta é uma das propostas do “Cristo”, que a sua palavra e sua presença possa curar o ferimento interior. Desde modo, quando o interior encontra-se curado, ele torna-se expressão de vida ao exterior. E assim quando alguém estiver na presença de quem foi curado ou de o curou, notará a profundidade tal proposta.         

Lembremos que este toque, não é um toque que nos acusa pelos nossos defeitos e nem pelos nossos pecados. É simplesmente um toque de amor e de compreensão.

Ah! Quem dera um dia poder fazer de tal forma esta experiência de amor na pessoa de Jesus, buscando cada vez mais compreender a sua proposta. Reconhecendo que Ele é o cordeiro e “que veio para que todos tenham vida e tenham em abundância”.  

A presença do Cristo em nossa vida é desafiadora. Ela é passiva, reflexiva e ativa. Passiva, porque há momentos que precisamos “esvaziar-se de nós mesmo”, para poder ouvir o que Ele tem a nos dizer. Ao ouvi-lo meditamos a respeito dos seus ensinamentos. A terceira e última proposta é a ação de fazer as coisas acontecerem. Ou seja, essas três características são desafiadores, porque faz com que mergulhemos no mais íntimo de nossa existência. E levando-nos a reconhecer que cada vez mais a nossa humanidade.

Assim muitas vezes, nos preocupamos com a perfeição, com a santidade e criamos ideais que nunca vamos conseguir alcançar, isto pelo simples fato de traspormos aquilo que é do divino no humano. Não precisamos nos martirizar com certas ideias ou costumes, que não é da nossa natureza. Mas precisamos sim reconhecer a nossa santidade na nossa humanidade. Isto porque participarmos tanto da ceia, quanto do sacrífico do Cristo, através da sua redenção, ou seja, somos todos ungidos com o sangue do cordeiro.

Fica-nos o desafio de reconhecer a presença do Cristo no meio de nós. Pois, reconhece-lo também é identifica-lo na presença do outro. Sei que o desafio é grande e também sei que a presença do outro pode me alegrar, pode me entristecer, mas o que não posso esquecer é que a sua presença me faz crescer.

Assim peçamos a Deus, como Salomão o pediu, que nos dê sabedoria e discernimento para percorrermos os caminhos do Senhor. Que cada vez mais possamos ser “sal na Terra e luz no mundo”, e que a nossa presença também seja motivo de alegria para aqueles que nos acolhe hoje e sempre.  
Shalom!
[Por Renato R. da Silva - Seminarista camiliano]
 SAV -  Equipe


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